TEMAS GERAIS

Depois de vencer o carnaval, Paulo Barros deixa a Portela.

Carnavalesco vai para a Vila Isabel no carnaval de 2018.

Em 06/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Depois de garantir o título de campeã que tirou o jejum de 33 anos da Portela, o carnavalesco Paulo Barros decidiu deixar a escola de Madureira. Ele anunciou nesta segunda-feira (6) que, para o próximo carnaval, sua assinatura será dada ao enredo da Vila Isabel, conforme informou a apresentadora Mariana Gross no RJTV 1ª edição.

O carnavalesco disse que "realizou um sonho de criança" e agradeceu o carinho da nação portelense.

Esta foi a quarta vez que Paulo Barros foi campeão no Grupo Especial do carnaval carioca – as outras três vezes foram pela Unidos da Tijuca. A Portela, na qual o carnavalesco estava pelo segundo ano seguido, levou para a avenida um enredo que falava sobre os rios. “Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar” foi inspirado em uma composição de um ilustre portelense: "Foi um rio que passou em minha vida", de Paulinho da Viola.

Reconhecido por levar inovação à Marquês de Sapucaí, Paulo Barros iniciou sua carreira como carnavalesco em 1994. Dez anos depois veio a consagração de seu trabalho, quando a Unidos da Tijuca ficou em segundo lugar na disputa. A ousadia de seu trabalho foi o que lhe garantiu maior projeção.

Ele chegou a levar para a Sapucaí um carro alegórico de cabeça para baixo, literalmente. Fez uma réplica do DNA humano usando corpos pintados. Para encantar público e jurados, "arrancou" a cabeça de integrantes de uma comissão de frente e fez outros foliões trocarem de roupas na avenida em passes de mágica. Ele chegou, ainda, a levar uma pista de esqui para o Sambódromo.

A primeira vitória no Grupo Especial aconteceu em 2010, também pela Unidos da Tijuca. Ele garantiu outros dois títulos de campeã para a escola: em 2012 e em 2014.

Depois do terceiro título da Unidos da Tijuca, o carnavalesco foi para a Mocidade Independente de Padre Miguel, que ficou em sétimo lugar no carnaval de 2015.

Em seu primeiro ano na Portela, Paulo Barros garantiu o terceiro lugar à escola, antes da conquista do título de campeã à Azul e Branco em 2017.

Portela busca novo carnavalesco

O presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, elogiou muito Barros e disse que vai torcer por ele. "É a regra do carnaval. Eu, particularmente, sinto muito (...) Tem que ver o melhor caminho para ele. Já prestou um grande serviço."

Recuperado do mal-estar que o fez ir para o hospital e perder o Desfile das Campeãs, ele admitiu que a relação com a escola não era perfeita, mas que tanto a Portela quanto o carnavalesco souberam ceder para um bom entendimento.

"É uma pessoa que eu tinha uma certa dificuldade, não era o carnaval dos meus sonhos, apesar de o considerar vitorioso. Mas houve uma adaptação perfeita. Hoje, o que nos vemos é o Paulo que não é o Paulo Barros da [Unidos da] Tijuca, mas é o Paulo Barros. E uma Portela que não é a de 70, mas é uma Portela. Mostra que houve um entendimento muito bom e uma compreensão do que é a escola."

Antes mesmo da decisão de Barros, o presidente já havia começado a pensar em um substituto. Rosa Magalhães, hoje na São Clemente, e Renato Lage, que ainda não renovou com o Salgueiro, são os mais cotados. Luis Carlos Magalhães, no entanto, não descarta apostar em um jovem talento.