POLÍTICA INTERNACIONAL

Deputados da oposição denunciam impedimento de deixar a Venezuela.

Dois deputados que atuam como porta-vozes denunciaram um impedimento de saída do país.

Em 08/02/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Dois deputados que atuam como porta-vozes internacionais do Parlamento venezuelano - de maioria opositora - denunciaram um impedimento de saída do país, segundo eles em represália por sua divergência com o governo de Nicolás Maduro.

O parlamentar Williams Dávila, integrante da Comissão de Política Externa, disse que seu passaporte foi cancelado nessa terça-feira (7) por funcionários da imigração quando se preparava para viajar a Washington.

Seu caso se soma ao de Luis Florido, presidente da comissão, que em 27 de janeiro também teve cancelado o documento de viagem ao retornar da República Dominicana, onde assistiu à cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac).

Assim como ocorreu com Florido, os agentes notificaram Dávila de que há uma denúncia de perda de seu documento. Ambos negaram ter registrado extravio.

"É o cúmulo da malandragem", disse Dávila, presidente da Comissão de Assuntos Internacionais do Parlasul, que planejava se reunir em Washington com senadores americanos e funcionários da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Florido denunciou ontem que não só seu passaporte foi cancelado, como há uma "proibição específica de saída do país".

Em visita ao Ministério Público, pediu punição aos funcionários que violaram sua imunidade parlamentar, ao impedi-lo de viajar na segunda-feira (6) para Lima com sua identidade venezuelana.

Dávila afirmou que os fatos representam "retaliação e perseguição" do governo por denúncias internacionais sobre a deterioração socioeconômica e as violações dos direitos humanos na Venezuela.

Maduro acusa a oposição legislativa de realizar no exterior uma campanha de desprestígio contra o governo e de antecipar um boicote financeiro para que o país - mergulhado em grave crise econômica - não possa ter acesso ao financiamento internacional.

O governo e a Assembleia Nacional travam uma luta de poder há 13 meses, quando a oposição assumiu o controle parlamentar, pondo fim a 17 anos de hegemonia chavista.

Agência France Presse