NEGÓCIOS

Desburocratizar é uma das saídas para retomada econômica

Findes realizou debate sobre impactos da Covid-19 nas exportações e importações de ES.

Em 13/04/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

(Foto: Divulgação/ Secom/ES)

A Federação da Indústrias do Espírito Santo (Findes), por meio do Fórum + Negócios e do Centro Internacional de Negócios (CIN),, realizou nesta segunda (13), uma webinar focada nos impactos da Covid-19 nas exportações e importações capixabas. Os palestrantes analisaram o cenário atual e apontaram as perspectivas a curto e médio prazo. O encontro denominado. “Os reflexos da Covid-19 na balanço comercial do ES” começou com uma apresentação do coordenador do fórum, Durval Vieira, que falou da diversificação da nossa economia , à situação dos principais setores e sua abertura para o mundo. Durval analisou os números atualizados do Ministério da Economia que dão conta de R$ 8,8 bilhões em exportações pelos portos capixabas e 6,3 bilhões em importações, em 2019.

O público alvo da webinar foram empresas exportadoras, importadoras, agentes portuários, despachantes aduaneiros, empresas de logística e transporte, entre outros. No total, 70 pessoas acompanharam o talkshow que começou com a fala do diretor da Codesa, Bruno Fardim. Em seguida, os participantes acompanharam a palestra de Ilson Hulle, diretor da empresa LogIN que opera o Terminal de Vila Velha (TVV) e na sequência, a fala do presidente do Sindiex, Marcílio Machado.

A área portuária é um termômetro da economia de um país. Ela é responsável por grande parte da balança comercial do Estado. Em 2019, o Porto de Vitória teve um recorde de movimentação, com 7 milhões de toneladas, um aumento de 6% em relação a 2018.

“Para 2020, estávamos com uma boa expectativa e planejamos um crescimento de 8%, mas o advento da pandemia caiu como uma bomba na economia mundial e, é claro, que vai impactar nas nossas projeções. Tudo ainda é muito incerto e os impactos negativos ainda são preliminares. Por hora, admitimos que o Porto de Vitória teve pouco impacto, mas ao longo do ano trabalhamos com uma possível redução de 2% na nossa atividade nos meses de abril, maio de junho. O primeiro trimestre foi bom, tivemos até um movimento maior que o mesmo período de 2019 (3,5%), mas a perspectiva até o fim do ano, ainda é incerta”, informa o diretor da Codesa, Bruno Fardim.

Fardim completou sua fala com uma boa notícia que promete ajudar na retomada do crescimento e aumentar a atratividade da Codesa. “Estamos prestes a finalizar o projeto de dragagem do porto. O novo calado está homologado e agora vamos entrar na simulação náutica e nos testes de manobra. A expectativa é que a Marinha libere toda a documentação processual em maio de 2020. Este novo calado vai trazer uma nova condição operacional para o porto”, afirma Fardim que salientou também a importância do modal ferroviário, ainda pouco utilizado, e que precisa de mais investimentos para atrair novas cargas.

O diretor da LogIn, que opera o terminal de VV, Ilson Hulle, destacou que a paralisação do mercado americano vai refletir nas exportações de rochas ornamentais do ES.

“Os EUA são importantíssimos para nós, mas tudo está parado. Os showrooms estão fechados e não há previsão para voltar ao normal. Em compensação, outros mercados estão crescendo como a exportação de café e de suco de laranja. O europeu ama café e está substituindo os refrigerantes por bebidas mais saudáveis. A China está retomando lenta e gradualmente.Para os outros mercados que continuam tímidos, o momento é de preservar o caixa, pois existe uma baixa demanda por produtos importados no Brasil. O varejo está parado e o PIB é muito baseado no comércio varejista”, analisa Hulle.

O presidente do Sindiex, Marcílio Machado, apresentou uma palestra otimista e focada nos aprendizados importantes que o setor, não só de comércio exterior, mas todos os segmentos econômicos brasileiros, terão que fazer para superar a crise.

“Veremos o quanto precisamos investir na nossa capacidade gerencial. Nós não estamos apenas passando por uma turbulência. Nós, brasileiros,  vivemos em turbulência. Veja bem, o Vietnã nos passou em movimentação portuária. O Brasil é o 27 país em exportação no mundo. Temos que melhorar e muito! Fala-se que estamos em guerra. Estamos, sim, mas a nossa infraestrutura não está destruída. Em primeiro lugar, eu colocaria a desburocratização brasileira como a principal meta para crescermos. Em paralelo, temos também que reduzir a tributação na área portuária”, destaca Machado.

Nestes quesitos, todos os palestrantes também concordaram com o presidente do Sindiex. (Com informações da Ascom/Findes)