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Desertor do EI conta Mohammed Emwaz conduzia execuções.

Saleh tinha como tarefa acalmar os reféns, dizendo a eles que tudo não passava de um ensaio.

Em 11/03/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Antes de decapitar os reféns, “Jihadi John”, o homem mascarado cujo nome real é Mohammed Emwazi, realizava ensaios com estas futuras vítimas em frente às câmeras. E é por isso, contou um desertor ao site Sky News, que aqueles executados pelo Estado Islâmico (EI) aparentavam estar tão calmos nos vídeos.

O desertor, que não quis se identificar e foi apelidado pela reportagem como Saleh, contou que os ensaios eram rotina e que o objetivo era o de enganar os reféns sobre o momento final de suas vidas.

Deste modo, explicou ele, estariam relaxados em frente às câmeras. E sua tarefa era justamente a de ludibria-los de que aquilo era apenas um vídeo e que nada de mal iria acontecer. Ledo engano.

Outra estratégia empregada pelo grupo para acalmar os seus reféns era dar a eles nomes árabes. Com isso, tentavam passar a ideia de que estavam entre amigos. Kenji Goto, o jornalista japonês morto há alguns meses, foi apelidado de Abu Saad. “Notei que sempre que chamavam Goto de Abu Saad, ele relaxava”.

Saleh contou ter sido contratado por um homem turco para trabalhar para o EI. Contudo, após testemunhar a barbárie do grupo, decidiu deixar a Síria e hoje se encontra refugiado na Turquia.

Ensaios

Segundo o jornal The Washington Post, a tática do EI não é novidade entre terroristas. Durante a guerra no Iraque, contou uma analista da CIA à publicação, em vídeos nos quais os reféns que sabiam que seriam mortos, estes acabavam por agir de forma imprevisível, atrapalhando os planos dos extremistas.

Um caso notório é o do soldado italiano Fabrizio Quatrocchi, morto por milicianos iraquianos em 2004. De acordo com informações da época do jornal The Daily Mail, ele estava encapuzado quando sua execução estava sendo filmada. Segundos antes de levar um tiro na nuca, ele arrancou o pano que cobria o seu rosto e gritou: “Agora vocês vão ver como um italiano morre”.

Fonte: Exame