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Diante de onda de frio nos EUA, Trump ironiza aquecimento global

A mensagem publicada no Twitter, resultou em uma forte indignação de internautas.

Em 29/12/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou a onda de frio sem precedentes no país para ironizar sobre a existência do aquecimento global. A mensagem do bilionário, publicada em sua conta no Twitter, resultou em uma forte indignação de internautas e cientistas sobre a falta de compreensão do republicano sobre as mudanças climáticas.

"No leste, esta poderá ser a véspera de Ano Novo mais FRIA de todos os tempos. Talvez possamos usar um pouco daquele bom e velho aquecimento global que atinge nosso país, e nenhum outro, estava se preparando para pagar TRILHÕES DE DÓLARES para combater. Agasalhem-se! ", tuitou o presidente americano.

Há alguns dias, os Estados Unidos e o Canadá enfrentam uma onda de frio sem precedentes. Em algumas cidades americanas, os termômetros desceram até os -40°C. Muitas localidades registraram recorde de queda de neve, levando municípios a declarar estado de emergência.

O tuíte do presidente americano resultou em uma onda de revolta nas redes sociais. Trump sempre se mostrou cético quanto às mudanças climáticas, sentimento que o levou a retirar os Estados Unidos do Acordo Sobre o Clima de Paris este ano. O republicano não parece ter compreendido, no entanto, que o frio extremo na América do Norte pode estar relacionado ao aquecimento global.

Previsão do tempo não é a mesma coisa que mudança climática

"As mudanças climáticas são verdadeiras, mesmo se faz frio fora da Trump Tower neste momento", respondeu no Twitter o diretor da Academia das Ciências da Califórnia, Jon Foley.

"Em 2017, houve, em média, três recordes de calor nos Estados Unidos a cada recorde de frio. Previsão do tempo não é a mesma coisa que as mudanças climáticas. O presidente deveria compreender isso. Não é difícil ", tuitou a deputada democrata do Estado de Washington, Pramila Jayapal.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2017 deve entrar para a história como o ano mais quente desde que as temperaturas começaram a ser avaliadas no planeta, em 1850. O fato não deve, no entanto, convencer a administração republicana a dar meia-volta em algumas de suas polêmicas decisões sobre o clima, o como o relançamento da exploração do carvão e reservas de gaz e de óleo de xisto em áreas protegidas do território americano.

(Foto: Reuters/Jonathan Ernst)