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Dom Raymundo se despede após 13 anos como arcebispo de Aparecida.

Cardeal será arcebispo emérito após Papa aceitar renúncia por idade.

Em 13/01/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O cardeal Dom Raymundo Damasceno se despede nesta sexta-feira (13) da Arquidiocese de Aparecida (SP). Após 13 anos à frente de uma das mais importantes arquidioceses do país, o religioso teve o pedido de renúncia por idade aceito pelo Papa Francisco em 2016 e passará a ser arcebispo emérito.

Feliz e com sentimento de dever cumprido, Dom Raymundo, de 79 anos, afirma que seu período liderando a arquidiocese foi marcado por avanços à Igreja e pelo por boas surpresas, como a visita de dois papas.

Ele acredita que a própria nomeação para o cargo, em 2004, foi resultado das orações de sua mãe, devota de Nossa Senhora Aparecida. "Minha mãe era muito devota. Frequentava Aparecida, fez peregrinação algumas vezes e não sei o motivo, mas ela pediu que eu viesse realmente para cá [Aparecida]. Diria que Nossa Senhora atendeu aos pedidos dela e não me arrependo de ter aceito a designação do Papa João Paulo 2º. Me sinto feliz, realizado", afirmou.

No período como arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo se tornou importante liderança da Igreja no país e no mundo. Além de exercer a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ele foi nomeado cardeal pelo Papa emérito Bento XVI, participou do conclave que elegeu o Papa Francisco e de quatro Sínodos no Vaticano. 

Eventos
Como arcebispo de Aparecida, o cardeal viveu algumas de suas principais realizações na Igreja. Dom Raymundo foi anfitrião de dois papas: recebeu o Papa Bento XVI, em 2007, e o Papa Francisco, em 2013. 

"São eventos importantes que marcaram meu episcopado e que também ajudaram a Igreja difundir Aparecida pelo mundo. Por isso também aumentou o número de romeiros de outros países nos visitando", disse. Nos últimos anos, o templo, que é o maior católico do país, recebeu a visita de 12 milhões de romeiros.

Além da importância religiosa, o cardeal considera que as visitas dos dois Papas também foram importantes para a arquidiocese realizar a restauração do Seminário Bom Jesus, prédio histórico erguido em 1894.

Foram investidos R$ 12 milhões na revitalização do local, que passou a funcionar como pousada, além de abrigar o seminário e a sede administrativa da arquidiocese. O valor investido foi arrecadado pela Igreja na Europa e com empresários no Brasil. 

"É um prédio com grande valor histórico, um valor cultural muito importante. Talvez o único prédio no Brasil que recebeu três Papas [além de Bento XVI e Francisco, o Papa João Paulo II visitou o local em 1980]", destacou.

Após a transmissão do cargo ao novo arcebispo, Dom Raymundo Damasceno vai retornar à Brasília (DF). Ele deve seguir com algumas funções na arquidiocese de Aparecida em paralelo a outras atribuições que já acumula na CNBB.

"Levo no coração as melhores lembranças que vivi aqui em Aparecida. Foi um período muito frutuoso, fraterno e enriquecedor. Agora é o início de uma nova missão", disse.

A missa de despedida de Dom Raymundo Damasceno da Arquidiocese de Aparecida acontece nesta sexta-feira (13), às 20h, no Santuário Nacional.

Novo arcebispo
O Papa Francisco nomeou Dom Orlando Brandes como substituto de Dom Raymundo à frente da Arquidiocese de Aparecida.

Dom Orlando Brandes tem 70 anos e será transferido da arquidiocese de Londrina (PR), onde ocupa o cargo desde 2006. Ele toma posse como arcebispo de Aparecida em 21 de janeiro de 2017.

Brandes foi nomeado bispo de Joinville (SC) em 1994 e foi transferido em 2006 para a Arquidiocese de Londrina. Ele também foi presidente da Comissão para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 2007 e 2011 e delegado para a 5ª Conferência do Conselho Episcopal Latino-Americano em Aparecida.

A substituição acontece após o Papa aceitar o pedido de renúncia por idade de Dom Raymundo, feito em 2012. Pelo direito canônico, o arcebispo deve renunciar ao cargo quando completar 75 anos.

Do G1 Vale do Paraíba e Região