ECONOMIA NACIONAL

Economista aposta em retomada da economia do Brasil e do ES

Queda da taxa de juros, inflação abaixo da meta e crescimento no PIB no Brasil.

Em 07/12/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Queda da taxa de juros, inflação abaixo da meta e crescimento no PIB no Brasil. Esse é o panorama traçado para 2018 pela economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, apresentado na manhã desta quarta-feira (06) para empresários, executivos e formadores de opinião durante a última reunião do Grupo Permanente de Acompanhamento Empresarial do Estado do Espírito Santo (GPAEES), no Sheraton Hotel, em Vitória.

A previsão é de que o PIB passe de 0,9% previsto para este ano para 2,5% em 2018, demonstrando uma leve aceleração, de forma lenta e gradual. O cenário aponta para uma inflação neste ano de 2,8%, e abaixo do centro da meta para o próximo ano, de 3,8%. “Já a Selic deve ficar em 6,75%, com possíveis ajustes em 2019, a depender da revolução das reformas”, ressaltou a economista.

Thaís Zara disse ainda que, apesar de uma piora nos indicadores para os países emergentes, o Brasil se posiciona num melhor patamar, principalmente com o desenrolar dos projetos de reformas.

“Já fizemos uma parte da lição de casa, mas ainda tem uma agenda a ser feita”, reforçou Zara.

Panorama pós impecheament

Ela fez um rápido panorama da economia brasileira após o impecheament da presidente Dilma, apontando três grandes fatores: austeridade fiscal (teto de gastos, reforma trabalhista, agenda do Banco Central, enxugamento do BNDES), meta da inflação e câmbio flutuante. “Com esse cenário, houve uma melhora da confiança e uma apreciação do real”.

A economista citou ainda os considerados “drivers” de crescimento, que tiveram melhoras neste ano e devem impulsionar a economia no próximo ano: consumo das famílias (com crédito e melhoria do mercado de trabalho), investimentos (números apontam que há ainda capacidade de crescimento de produção sem necessidade de investimentos) e governo, com foco em ajuste fiscal.

“O que 2017 vai deixar para 2018? Acredito no fortalecimento da atividade econômica, impulsionado mais pelo consumo do que pelo investimento, e sem pressão inflacionária porque há capacidade ociosa”, ressaltou Zara, ao lembrar que o Espírito Santo deve também se beneficiar com o crescimento da economia brasileira.

Já o cientista politico e coordenador do Ibmec-RJ, José Luiz Niemeyer, traçou um cenário de 2018, ano político. Ele acredita que até outubro, quando o a economia brasileira já estará com um melhor desempenho, não haverá muita interferência e crítica na eleição. “Já há um descolamento hoje da economia e política, e isso deve ser mantido, mesmo em ano eleitoral”.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens