EDUCAÇÃO

Educação profissional cria oportunidades no mercado de trabalho

Entre 18 e 24 anos, a taxa de desemprego é maior que taxa da população em geral.

Em 23/08/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Divulgação

Quando a crise econômica aperta e o mercado de trabalho piora, os jovens são os primeiros a sofrer as consequências. Ainda em meio a formação, sem um trabalho ou um curso profissionalizante, eles têm menos chances na hora conseguir um emprego. Em 2017, o desemprego chegou a níveis recordes no Brasil. E no segundo trimestre deste ano, dados do mercado de trabalho divulgados este mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, entre os trabalhadores entre 18 e 24 anos, a taxa de desemprego é mais que o dobro da taxa da população em geral.

A taxa geral de desemprego ficou em 12,4% (abril, maio e junho), enquanto entre os jovens esse percentual cresce para 26,6% (Veja Quadro). Atuar em cima das ofertas de vagas, com foco na educação profissional, atento às demandas de médio e longo prazo do setor produtivo, é uma das propostas da indústria para os avanços na educação e na competitividade do mercado de trabalho. De acordo com levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o curso técnico é o caminho mais rápido para a inserção qualificada do jovem no mundo do trabalho e também uma opção para o trabalhador desempregado em busca de recolocação no mercado.

 

Segundo o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, 80% dos alunos que concluíram cursos técnicos foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano. O salário inicial de uma formação técnica, por exemplo, gira em torno de R$ 2 mil. Em dez anos de atividade, esse salário varia entre R$ 8,5 mil e R$ 12 mil, aponta o levantamento. “Nas competições internacionais existe uma competição internacional de educação profissional, que é a WorldSkills. O Brasil tem sido representado pelo SENAI e pelo Senac, que tem as ocupações mais da área do comércio e serviços, e o Brasil fica sempre entre os primeiros colocados”, lembra Lucchesi.

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Em 2015, o Brasil ficou em primeiro lugar na WorldSkills, realizada em São Paulo e, em 2017, que foi a última competição, em Abu Dhabi, ficou em segundo lugar. “Em 2019, vai se realizar em Kazan, na Rússia, aí certamente o Brasil vai estar entre os primeiros colocados demonstrando a excelência da educação profissional praticada no Brasil” idealiza o diretor. No que depender da Maria Aparecida Martins, 38 anos, esse título está na mão. Ela trabalha como prestadora de serviço em uma gráfica e há cerca de dois anos começou uma faculdade em Segurança do Trabalho. Ao ver mais chances no mercado de trabalho com uma educação técnica em vez de um diploma de ensino superior, se matriculou em um curso do SENAI.

“No segundo semestre descobri que em relação ao mercado de trabalho não era válida. Empresa não é obrigada a contratar o tecnólogo. O técnico a empresa é obrigada. A partir de 50 funcionários qualquer empresa, qualquer área sendo grau de risco dois”, conta Aparecida. O curso termina em outubro e Aparecida já vislumbra novas oportunidades. “Mais chance de mercado e posso ser promovida aqui dentro. Boa expectativa sim. Tem muito concurso na área. São Paulo tem muita procura de emprego. Rio Grande do Norte, como sou de lá, quero fazer concurso para voltar para lá”, diz a estudante.

Educação profissional

Os cursos técnicos têm carga horária média de 1.200h (cerca de 1 ano e 6 meses). São destinados a alunos matriculados ou que já concluíram o ensino médio. O estudante aprende uma profissão e, ao término, recebe um diploma. O setor da indústria encaminhou aos candidatos à presidência da República uma série de propostas e defende que a educação profissional entre no programa de governo dos próximos quatro anos.

Pesquisa da PUC-Rio (GONZAGA, 2017) revela que, entre dois indivíduos com a mesma escolaridade, aquele que optou pela educação profissional terá 18% a mais de renda. Além disso, várias carreiras técnicas competem com formações de nível superior em termos salariais.

Professora da Universidade de Brasília (UnB), Débora Baren acredita que aliar a educação profissional ao ensino do país é criar profissionais mais preparados para as necessidades do mercado de trabalho hoje. “As soluções dos problemas não são mais tão simples. Preciso de um administrador com habilitação em administração hospitalar conversando com um engenheiro e um da área de TI para desenvolver algo que realmente vai mudar a vida das pessoas. E o curso técnico pode ajudar o indivíduo a entender que não pode ficar só na teoria”, observa Débora.