EDUCAÇÃO

Educação vocacional é parte do avanço de países desenvolvidos

A educação vocacional equivale à educação profissional.

Em 24/08/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

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Sempre que se aproxima a conclusão do ensino médio, entra em cena a orientação educacional para tentar solucionar os muitos questionamentos sobre identificação, mercado de trabalho, salário, e ajudar os jovens a decidirem qual profissão seguir.

Mas você sabe o que é a educação vocacional? Muito comum nos países mais desenvolvidos, onde mais da metade dos jovens cursam esse tipo de ensino, educação vocacional equivale à educação profissional, que proporciona aos estudantes, ainda durante o curso do ensino médio, orientações e o impulso necessários para facilitar o acesso ao mercado profissional, colocando o estudante um passo à frente dos que apenas se formam e não têm experiência com a futura profissão.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as qualificações do ensino médio são credenciais mínimas para a entrada bem-sucedida no mercado de trabalho. “O sistema educacional é decisivo para o reconhecimento profissional”, explica o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, que também ressalta a importância do investimento em educação profissional.

No Brasil, apenas 11,1% dos alunos do ensino médio estão matriculados em programas de formação profissional, segundo o Censo Escolar da Educação Básica de 2017. Em países mais desenvolvidos como Alemanha, Dinamarca, França, Portugal, que apostam neste tipo de ensino, essa participação excedia os 50%, em 2015, conforme o Centro Europeu de Desenvolvimento da Formação Profissional (Cedefop). Na Áustria e na Finlândia, por exemplo, o percentual de jovens que cursam ensino vocacional era cerca de 70%.

“Essa é a percepção dominante nos países que têm bom desempenho em estabelecer uma relação de cidadania e identidade social para o projeto de vida da juventude. Assim são alcançados melhores resultados de produtividade do trabalho, que vai se desdobrar em maior competitividade para as empresas nesse território, gerando mais riqueza para todos”, destaca o diretor, que também ressalta a importância do investimento em educação profissional.

Educação e competitividade

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) encaminhou aos candidatos à Presidência da República, em julho deste ano, propostas para aumentar a competitividade da indústria e do Brasil, com o objetivo de construir, nos próximos quatro anos, uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional. Entre as propostas, elaboradas com base no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, lançado no início do ano, está o fortalecimento da educação.

O professor e especialista em educação e psicologia, Luiz Síveres, afirma que a educação e, especificamente, o ensino técnico são elementos fundamentais para o aumento da produtividade e, consequentemente, para o desenvolvimento do país. O professor também chama a atenção para a necessidade de humanizar o ensino.

“O grande sistema que chamamos hoje de global privilegia o mercado, que espera uma boa competitividade, um elemento essencial. E a educação, por sua vez, hoje trabalha com as competências mais específicas até para favorecer isso, mas precisa se ocupar também das competências mais pessoais, a interrelação, o respeito, como também associar todo o processo da cidadania”, ressalta o especialista.

Brasil tem 13 milhões de desempregados

Desemprego

Os jovens são os que mais sofrem com o desemprego no Brasil. Enquanto a taxa da população geral sem ocupação fechou em 12,4%, entre os trabalhadores entre 18 e 24 anos a taxa ficou em 26,6%, no segundo trimestre, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda de acordo com o IBGE, existem 4,1 milhões de jovens nesta faixa etária com dificuldades de encontrar uma vaga no mercado de trabalho. No total, são 13 milhões de desempregados no país.