ECONOMIA NACIONAL

Em 10 anos, indústrias migram do Sudeste para outras regiões

Estudo da CNI mostra como a produção industrial migrou de SP e do RJ para outros estados.

Em 17/05/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: © Amanda Oliveira/GovBA

O Nordeste ganhou 2,06 pontos percentuais (pp) em participação e a Região Sul, 2,46 pontos percentuais.

Em dez anos, a indústria nacional ficou menos concentrada nos estados do Sudeste e ganhou força em outras regiões do país. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra como, entre os biênios 2007/2008 e 2017/2018, a produção industrial migrou de São Paulo e do Rio de Janeiro para outros estados.

No período, o Sudeste reduziu a participação no Produto Interno Bruto (PIB) da indústria em 7,66 pontos percentuais. O Nordeste ganhou 2,06 pontos percentuais (pp) em participação e a Região Sul, 2,46 pontos percentuais.

Mesmo assim, o Sudeste continua responsável por 53,9% do PIB industrial, seguido pelo Sul com 19,4%. O Nordeste tem 12,93% de participação; o Norte, 7%; e o Centro-Oeste, 6,7%.

Indústria de transformação

No principal segmento industrial do país, a indústria de transformação, vários setores tiveram migrações importantes para fora da Região Sudeste, que ainda concentra 55,1% da produção manufatureira. São Paulo concentra 38,14% de todo o valor produzido por esse setor.

Apesar de ainda ser o estado mais importante na produção manufatureira, São Paulo perdeu espaço em diversos setores. Na indústria de celulose, a participação da indústria paulista caiu de 50,31% para 31% em dez anos. Apesar de ainda ser o maior produtor, outros estados passaram a ter maior importância, como Mato Grosso do Sul, que respondia por 0,23% da produção no biênio 2007/2008 e se tornou o terceiro maior produtor nacional em 2017/2018, respondendo por 11,08% do total.

No setor de vestuário, São Paulo foi ultrapassado por Santa Catarina. Nos anos 2007/2008, a indústria paulista produzia cerca de R$ 4 bilhões em produtos de vestuário e as empresas catarinenses, R$ 2,5 bilhões. Dez anos depois, Santa Catarina tem 26,75% da produção do setor, equivalente a R$ 6,6 bilhões ao ano, enquanto São Paulo tem uma parcela de 22,57% da manufatura de vestuário do país (R$ 5,5 bilhões).

A Bahia foi o estado que mais ganhou espaço na indústria de transformação, passando de uma participação de 2,6% para 4,05% da produção brasileira. A indústria baiana conseguiu destaque na fabricação de produtos minerais não metálicos (cimento, tijolos, vidro), em máquinas e materiais elétricos e bebidas.

Pernambuco foi o segundo estado que mais aumentou em pontos percentuais a participação na indústria de transformação nacional, com o crescimento de 1,3 pp, chegando a 2,84% da produção do país. Esse resultado foi possível com a expansão no estado da indústria de veículos, derivados de petróleo e biocombustíveis.

Indústria de extração

Na indústria extrativa, o Rio de Janeiro perdeu 22,45 pontos percentuais de participação, caindo de 61,54% da produção nacional para 39,09% em dez anos.  Essa queda se deve, principalmente, à redução dos preços médios do petróleo e gás natural, setor que representa 88% da indústria extrativa fluminense.

Mesmo com uma perda de 3,85 pontos percentuais em dez anos, o Sudeste ainda é responsável por 75,54% da indústria extrativa do país. No período, a Região Norte ganhou 9,94 pontos percentuais, ficando com parcela de 16,9% da indústria de extração.  O Pará é o terceiro estado mais importante do segmento, com 15,97% da produção nacional. Esse resultado se deve à alta dos preços especialmente dos minerais metálicos.

Construção

Na indústria da construção, a Região Sudeste caiu 9,69 pontos percentuais na parcela de participação do segmento, concentrando 38,45% dessa produção. (Por Daniel Mello - Agência Brasil) 

Leia também:

Demora na liberação de crédito aumenta a inadimplência
Safra 2021/2022 de café deverá chegar à 46 milhões de sacas
Em 12 meses, inflação brasileira já tem alta de 6,76%, diz IBGE
Estado tem que ser indutor do crescimento econômico
Confiança da indústria brasileira cresceu 4,8 pontos em maio
Inflação da construção civil registra taxa de 1,87% em abril
Produção industrial brasileira sobe em 10 de 15 locais em março

TAGS:
EMPREGO | CAFÉ | PIB | ECONOMIA | PEQUENOS | PRODUÇÃO | INDUSTRIA | PRÉ-SAL | SELIC