Em 4ª noite de atentados, centro de educação pega fogo em Rio Branco.

O Centro da Juventude (Ceja) localizado no bairro São Francisco, em Rio Branco, foi um dos alvos da quarta noite de ataques na capital. De acordo com a coordenação da unidade, o crime ocorreu por volta das 2h da madrugada deste sábado (20). No momento do incêndio, apenas um vigia estava no local e relatou à direção acreditar que os criminosos estavam vigiando o local e esperaram ele sair para beber água.

O número de ocorrências da quarta noite de ataques ainda não foi divulgado pela Segurança, mas ao menos 12 ocorrências foram registradas. Na noite de sexta-feira (19), o clima ficou ainda mais tenso após um motim no presídio Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco. Alguns presos foram levados para o hospital .

Uma das salas do local, onde funcionava o programa Justiça Comunitária, foi a mais atingida, com perda total de documentos. As salas onde funcionam os Bombeiros Mirins e uma unidade da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (Semcas) também foram atingidos, mas o fogo foi contido pelo Corpo de Bombeiros.

A coordenação registrou um Boletim de Ocorrência e estuda a possibilidade de que uma guarnição armada da Polícia Militar (PM-AC) faça a segurança do local temporariamente.

Detran-AC
O Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran-AC) confirmou que houve um incêndio na madrugada deste sábado (20) a um carro que estava retido no pátio do órgão, localizado na Avenida Antônio da Rocha Viana. Segundo o Detran-AC, o Corpo de Bombeiros foi chamado e chegou ao local rapidamente, impedindo que o fogo atingisse outros veículos.

Presos queimaram colchões
Na sexta-feira (19) presos do Pavilhão K do presídio Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco, bateram grades e queimaram colchões em protesto contra as revistas que estão ocorrendo na unidade. A situação, segundo o Iapen, teria sido contornada após 40 minutos.

“Os agentes foram fazer uma revista de rotina e eles resistiram”, disse ao G1 o diretor da unidade, Rames Mesquita. De acordo com o Iapen-AC, ao menos três policiais tiveram ferimentos leves durante o confronto.

Em nota, o Iapen disse ainda que "a conduta dos detentos será apurada em procedimento administrativo". O órgão, no entanto, não divulgou números e nem o resultado da revista.

Os internos foram levados para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), após o motim ocorrido na unidade nesta sexta-feira (19). O número de feridos não foi divulgado pelo Instituto de Administração Penitenciária (Iapen-AC) até a publicação desta reportagem.

Toda a área ao redor do hospital foi interditada e os portões fechados para receber os detentos. Segundo uma acompanhante de paciente que não quis se identificar, o tráfego dentro da unidade também passou a ser restrito.

Início dos ataques
A onda de atentados iniciou após Macio Pires Teles do Nascimento, de 18 anos, morrer em uma troca de tiros com a polícia no bairro Vila Acre. Nascimento teria feito uma família refém durante um assalto e, ao tentar fugir, entrou em confronto com a PM, que acabou revidando.
 Inicialmente, a polícia informou que o assaltante era menor de idade, mas depois o Instituto Médico Legal (IML) confirmou a identidade de Nascimento.

Após uma madrugada com nove ocorrências, entre elas a perda total do arquivo cultural do Parque Capitão Círiaco, o secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, anunciou o reforço de 373 membros das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal (PRF), Exército, Corpo de Bombeiros, Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTrans). Representantes do Ministério Público (MP-AC) e do Judiciário participam da operação.

Na segunda noite, na quinta-feira (17), cinco cidades acreanas sofreram algum tipo de atentado, segundo informações da Segurança Pública. Ao todo, houve o registro de 16 ocorrências e 34 foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques.

Em coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (19), a Segurança Pública apontou uma redução no número de ataques no Acre durante a madrugada desta sexta-feira (19). Na terceira noite de atentados, sexta (19), foram registradas quatro ocorrências. Ao todo, 12 pessoas foram presas e dois adolescentes apreendidos durante a madrugada.

g1/Acre