Embaixador americano pede que Nobel da Paz chinês seja tratado no exterior.

O embaixador Terry Branstad, que conhece o presidente chinês Xi Jinping, chegou a Pequim um dia depois da libertação de Liu Xiaobo, vítima de um câncer de fígado em fase terminal.

Liu Xiaobo está em liberdade condicional e internado em um hospital de Shenyang (nordeste da China).

"Com certeza, nossos pensamentos estão com ele e sua mulher e estamos dispostos a fazer o que pode ser feito para ver se é possível", afirmou o diplomata americano a respeito de uma viagem ao exterior.

"Como americanos gostaríamos que ele tivesse a oportunidade de receber tratamento em outro lugar, caso isto o ajude", completou.

O ministério chinês das Relações Exteriores negou qualquer discussão com os Estados Unidos no caso do opositor.

"Liu Xiaobo é um cidadão chinês, portanto não vemos porque deveríamos discutir com outros países o destino de um chinês detido", afirmou o porta-voz do ministério, Lu Kang.

Xiaobo foi condenado em 2009 a 11 anos de prisão por "subversão" depois de assinar a Carta 08, que defendia uma democracia pluralista na China.

O advogado do dissidente, Mo Shaoping, afirmou à AFP que, em tese, as pessoas em liberdade condicional não podem viajar ao exterior.

Mas ele explicou que a possibilidade existe se, como prevê a lei chinesa, Liu for considerado um "caso especial".

Nesta quarta-feira, Taiwan anunciou que está disposto a receber e conceder tratamento médico a Liu Xiaobo.

O jornal "Global Times", ligado ao governo, considerou nesta quarta-feira que um exílio do dissidente poderia "estimular ainda mais os ataques da opinião pública ocidental contra a China". "Mas, por outro lado, o Ocidente teria menos interesse nele se deixasse a China", completa o jornal.

Terry Branstad, 70 anos, ex-governador do estado de Iowa, conhece o presidente chinês desde 1985, quando Xi Jinping, na época um jovem dirigente provincial, fez uma viagem de estudos aos Estados Unidos.