TEMAS GERAIS

Ensino bilíngue ajuda a conectar pessoas e culturas no mundo

Escolas tem dificuldade em desenvolver as múltiplas linguagens.

Em 10/07/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Isto É Independente - Reprodução

O Brasil, um país com dimensões continentais, tem mais de 8 mil km², o que corresponde a aproximadamente 1,6% de toda a superfície do planeta, 5,6% das terras emersas, 20% da América e quase 50% da América do Sul. Somos 210 milhões de habitantes e acreditar que em todo esse contingente fala-se um único idioma, é ingênuo e utópico. Não é muito comum, mas há hoje no Brasil cerca de 13 cidades que sofreram com o processo de cooficialização de línguas, ou seja, municípios onde os documentos oficiais do governo devem ser emitidos em dois idiomas e a educação nas escolas é bilíngue.

Se os 13 municípios brasileiros conquistam o direito de manter os idiomas locais preservados, nas grandes cidades engana-se quem acredita que é diferente. São Paulo, por exemplo, maior conglomerado populacional, une diversos grupos étnicos, que se adaptam diariamente para conviver sem perder as principais características que os definem, principalmente a linguagem. Em todo o país, estima-se que sejam faladas mais de 200 línguas e, para entender essa complexidade das multilínguas que coexistem, entra em cena a importância das escolas desenvolverem metodologias que favoreçam a comunicação translíngue.

“É preciso que a escola pense nas múltiplas linguagens como meio de viver experiências com o outro, como forma de possibilitar a conexão do aluno com o mundo ou com pessoas que estão ao seu redor”, explica Susan Clemesha, coordenadora pedagógica de uma  rede de escolas bilíngues e internacionais que segue as diretrizes nacionais.

“Nas escolas, vale pensar o inglês como uma língua de encontro, de possibilidades. Encontro não com uma única pessoa, mas com muitos discursos que circulam pelo mundo e que não temos condições de acessar por meio do português. Se analisarmos, mais da metade do conteúdo da internet é produzido em inglês, ou seja, é uma língua que dá acesso a outras culturas e a compreensão da diferença entre elas”, conclui Megale. Para as profissionais, o consenso é que a escola tem como principal função apresentar a criança a outras narrativas, para que possa se constituir como sujeito transformador e capaz de fazer a diferença.