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Ermanno Olmi, diretor italiano, morre aos 86 anos

Olmi foi vencedor nos festivais de Cannes e Veneza.

Em 07/05/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Ermanno Olmi, ganhador dos principais prêmios dos festivais de Cannes e Veneza, morreu aos 86 anos, informou sua família nesta segunda-feira (7).

O cineasta italiano sofreu durante muitos anos de uma doença autoimune rara, a Síndrome de Guillain-Barré. Ele foi hospitalizado na sexta-feira em sua cidade-natal de Asiago e morreu na noite de domingo.

Olmi foi saudado como um cineasta humanista que certa vez descreveu seu trabalho como "o meio termo entre o cinema do faz de conta e o cinema de documentário".

Ele conquistou a cobiçada Palma de Ouro de Cannes em 1978 com "A Árvore dos Tamancos", retrato de três horas da vida dura dos camponeses na Itália do século 19. O elenco tinha atores amadores falando em seu dialeto nativo de Bérgamo, no norte do país.

O filme conta a história de um pai que corta uma pequena árvore em segredo para fabricar tamancos para seu filho poder ir à escola. Quando o rico dono da propriedade descobre, expulsa a família da fazenda como exemplo para os outros empregados.

Uma década depois ele venceu o Leão de Ouro em Veneza por "A Lenda do Santo Beberrão", produção com atores conhecidos que acompanha a vida de um alcoólatra desabrigado em Paris que tenta pagar uma dívida com uma igreja local.

Já idoso, Olmi ainda filmou "O Mestre das Armas", lançado em 2001, que mostra os últimos dias do jovem soldado da Renascença Giovanni De Medici, e o filme antiguerra "Os Campos Voltarão", de 2014.

"Com Ermanno Olmi estamos perdendo um mestre cinematográfico e uma grande figura da cultura e da vida. Sua visão encantada nos falou sobre, e nos fez entender, as raízes do nosso país", escreveu o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, no Twitter.

(Foto: Reuters/Tony Gentile/Arquivo)