TEMAS GERAIS

Escola de filhos de 13 vítimas de queda de avião busca ajudar com luto.

Avião da Chapecoense caiu no dia 29 de novembro e deixou 71 mortos.

Em 09/12/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Após a queda do avião com a delegação da Chapecoense que matou 71 pessoas, os dias têm sido de homenagens, enquanto famílias, amigos e torcedores das vítimas tentam recomeçar. Em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, pais e professores buscam dar atenção especial às crianças, que estão entre os maiores admiradores do time. Em umas das escolas, estudam 13 filhos de vítimas.

Luciara Giacobe precisou enfrentar o desafio de contar ao filho Arthur, de oito anos, sobre morte dos ídolos. “Eu fui acordá-lo e ele disse: ‘mãe, sonhei uma coisa muito doida, que eu estava caindo de um penhasco’. Eu disse, então, eu tenho uma coisa para te contar, não é agradável, mas, como tu vais ver na televisão, eu já vou te falar: ‘o avião da Chape, que estava com os jogadores, caiu’. Ele ficou quieto, em choque”, contou.

Dois colegas do menino são filhos de vítimas da tragédia, por isso, o garoto se preocupou em confortar os amigos.

“Eu resolvi dar alguma coisa de lembrança e dei uma camiseta e uma bola. Eu queria que os familiares superassem a dor, porque a gente não pode fazer nada”, disse Arthur.

Apoio psicológico
Na escola onde estudam os filhos de 13 vítimas da queda do avião, professores e direção estão fazendo um trabalho especial com as crianças. A camisa do aluno Bruno foi autografada pelo xará, Bruno Rangel, dias antes do voo para a Colômbia. “A profe [professora] levou ele lá e ele autografou”, contou o menino.

Para ajudar os alunos a entenderem o luto, os professores pediram para que eles escrevessem uma homenagem às vítimas que foi fixada em um painel, onde se destacam palavras como carinho, amizade e recomeço.

“Deus, você pode cuidar do time da Chapecoense, por favor? Eu sei que as famílias perderam pais, filhos e outros”, leu Elisa Lotici, de oito anos, da carta escrita em aula.

“Eu estava muito triste e eu até chorei quando a professora disse que era para fazer este texto do que tinha acontecido. Aí, eu me senti triste, mas eu fiz e comecei a ficar um pouco mais feliz por ter escrito esta carta para Deus”, disse.

Os professores também receberam apoio psicológico, para compreender o luto e poder lidar com a situação em sala de aula. “Antes de atendermos os alunos, fizemos esse trabalho junto aos professores, para que pudéssemos, da melhor forma possível, enfrentar esse momento difícil”, explicou a gestora escolar Gislaine Moreira Nunes.

g1/Santa Catarina