ESPORTE INTERNACIONAL

Estudos mostram olhos escuros têm melhor visão periférica

Australianos comprovam também que visão tangencial é mais apurada em habilidosos.

Em 12/07/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Com os jogos da Copa do Mundo, o futebol tornou-se o assunto do momento. Certamente a eliminação da Seleção Brasileira nas quartas de final para a Bélgica frustou a expectativa de milhões de brasileiros.

O que vimos foi uma enorme predominância do futebol moderno dos europeus. Parece que ainda não assimilamos essa disciplina tática pois, entre nós, parece que a individualidade ainda prevalece em detrimento do conjunto.

A modernidade do futebol passa também, sem dúvida, por uma contribuição cada vez maior das ciências do esporte e, um dos aspectos ainda pouco assimilados pelos profissionais que atuam no futebol é a importância da chamada visão periférica. É ela que permite ao atleta “antever” uma jogada e mesmo evitar uma lesão pois, neste caso, frações de segundo são determinantes da atitude motora adequada.

Foi exatamente este aspecto que o professor D. O’Connor, da Universidade da Austrália, estudou em um grupo de jogadores de futebol. Ele elaborou o seguinte protocolo: um grupo de 63 jogadores da liga Nacional da Austrália foram ranqueados em três subgrupos, conforme um critério de maior habilidade. O grupo A era formado pelos jogadores considerados mais hábeis, o grupo B era intermediário e o grupo C o dos menos hábeis.

Todos foram submetidos a testes de visão periférica antes e após um exercício exaustivo de 60 segundos de duração. Além, disso outro critério de análise considerado foi a cor dos olhos. Os atletas foram também divididos em portadores de olhos claros e olhos escuros.

Os resultados obtidos foram surpreendentes. Havia uma diferença significativa na visão periférica dos jogadores dos grupos A, B, e C. Os jogadores do grupo A, que eram considerados os mais hábeis tinham resultados significativamente superiores de visão periférica em relação aos grupos B e C. Da mesma forma, os jogadores do grupo B apresentavam resultados superiores aos do grupo C. Além disso, todos os grupos, quando repetiam o teste de visão periférica após um exercício exaustivo, pioravam seus resultados, ou seja a fadiga prejudica a visão periférica.

O mais surpreendente, entretanto, foi a constatação de que os atletas com olhos escuros tinham melhor visão periférica do que os atletas de olhos claros, independentemente do seu grau de habilidade como jogador. Em resumo, existem relações diretas entre habilidade e visão periférica, olhos escuros e visão periférica e influência da fadiga na visão periférica para os jogadores de futebol.

Este, sem dúvida é um novo campo de pesquisa nas ciências do futebol e certamente abrirá perspectivas bastante interessantes através da sua utilização. Cabe a nós brasileiros também utilizarmos este recurso não só no futebol como também em outros esportes. Algumas perguntas certamente surgirão, como por exemplo: A visão periférica pode ser treinada? Existe treinamento específico para cada modalidade esportiva? Como se vê a ciência estará cada vez mais presente no esporte.

 (Foto: Roman Kruchinin)