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EUA acusam Rússia de bombardear hospital na Síria

EUA dizem que russos provocaram danos em várias em infraestruturas civis

Em 30/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse nesta quinta-feira (29) ter informação de inteligência que confirma que um ataque aéreo da Rússia atingiu um hospital na Síria e pediu a Moscou explicações e uma investigação.

"Temos informação que nos leva a crer que aeronaves militares russas atingiram um hospital", disse o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, em sua entrevista coletiva diária. Grupos "da sociedade civil síria" alegaram que a Rússia atingiu um ou vários hospitais com seus ataques aéreos sobre a Síria, explicou Kirby.

Os EUA têm "informação operacional que leva a crer que os alvos russos não focaram unicamente o Estado Islâmico (EI), mas também causaram efeitos colaterais e algumas vítimas civis, inclusive danos em infraestruturas civis", acrescentou.

A Sociedade Médica Sírio-Americana, uma organização sem fins lucrativos com sede nos EUA, acusou a Rússia de atingir vários hospitais na Síria, incluindo um ataque a um centro médico em Sarmin, na província de Idlib, que deixou pelo menos 12 mortos em 20 de outubro, segundo um comunicado desse grupo.

Kirby não deu mais detalhes sobre o local e a data do ataque no hospital confirmado pelos EUA e nem o número de feridos, mas lembrou que Washington reconheceu sua responsabilidade pelo bombardeio americano sobre um hospital da Médicos sem Fronteiras (MSF) em Kunduz (Afeganistão), onde morreram 22 pessoas.

"Estamos tentando prestar contas por isso com investigações para ver que ocorreu, que lições aprendemos e como podemos evitar que isso aconteça novamente. Esperaríamos o mesmo de qualquer outro país que tivesse razões para crer que poderia ter causado efeitos colaterais ou vítimas civis. Gostaríamos de ver esse país investigar e, se possível, prestar contas pelo ocorrido", concluiu.

Além disso, um "aumento significativo e recente" dos ataques aéreos contra hospitais na Síria deixou 35 mortos - entre pacientes e pessoal médico - e 72 feridos, informou na quinta a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Kirby também disse que os EUA investigam um relatório divulgado nesta quinta pela emissora americana "Fox News", segundo o qual aviões de carga russos transportaram armas do Irã a território sírio duas vezes ao dia durante os últimos dez dias.

"As exportações de armas do Irã são proibidas pela resolução da ONU 1747. Averiguaremos estes relatórios de imprensa e, se determinarmos que a Rússia está promovendo essas transferências, vamos usar os canais apropriados, tanto bilateralmente como perante a ONU se for pertinente", afirmou o porta-voz.