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EUA condenam clínicas que usam células-tronco como marketing

Agência de regulação põe em dúvida parte dessas técnicas.

Em 29/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O FDA (sigla para Food and Drugs Administration), órgão que regulamenta o setor de medicamentos nos Estados Unidos, condenou em nota oficial o que chamou de “falsas promessas” de clínicas que têm utilizado células-tronco como marketing para seus produtos.

Nos Estados Unidos, essas terapias têm sido anunciadas para o tratamento de uma série de enfermidades e também na medicina estética, em terapias antienvelhecimento.

“Há uma pequena quantidade de atores inescrupulosos que se apoderaram da promessa clínica da medicina regenerativa a fim de fazer garantias enganosas e às vezes corruptas aos pacientes com base em produtos não comprovados e, em alguns casos, perigosamente duvidosos”, afirmou a entidade.

As células-tronco, que podem ser extraídas do sangue, da gordura ou da medula, têm o potencial de se diferenciar em diferentes tecidos e, por isso, têm sido usadas em uma série de terapias tidas como regenerativas.

"Produtos confiáveis e cuidadosamente desenvolvidos vão sofrer se esses maus atores continuarem a propagar má ciência", diz nota do FDA.

Mais fiscalização para o setor

Juntamente com o alerta para as clínicas, a agência americana disse que intensificará sua fiscalização na área. A instituição também planeja para outubro uma série de reuniões que descreverão mais claramente quais são os processos necessários para a regulamentação dessas terapias.

A agência exorta, no entanto, que a área é uma das mais promissoras da medicina, mas que a maioria das terapias está em estágio inicial.

“Essas novas tecnologias possuem uma promessa significativa para tratamentos transformadores e potencialmente curativos para algumas das doenças mais preocupantes e intratáveis da humanidade”.

De fato, segundo a agência, a ciência tem se debruçado com forte empenho em aplicações da terapia em uma ampla gama de doenças -- como câncer, doença de Parkinson e diabetes, entre outras, mas que só há aprovação para um número limitado de terapias.

Infelizmente, diz o FDA, "esses atores desonestos" exploram os sinceros relatos do potencial clínico de produtos devidamente desenvolvidos como uma forma de enganar os pacientes.

Com isso, segundo o FDA, essas clínicas acabam por coibir o otimismo de outros que enfrentam graves doenças. "Isso coloca todo o campo em risco", diz a nota.

(Foto: Reuters/Center for iPS Cell Research and Application, Kyoto University)