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Ex-diretor do Detran-ES diz à CPI dos Guinchos que não sabia de máfia.

Carlos Lopes foi diretor do Detran nos anos de 2013 e 2014.

Em 15/09/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O ex-diretor do Detran do Espírito Santo, Carlos Lopes, prestou esclarecimento à CPI dos Guinchos na tarde desta segunda-feira (14). Ele disse que durante a gestão dele, em 2013 e 2014, não soube de máfia envolvendo donos de pátios de veículos.

A CPI dos Guinchos foi instalada no dia 26 de abril com o objetivo de apurar uma suposta máfia por trás dos serviços de guincho entre autoridades de trânsito, empresas rebocadoras de veículos e os donos de pátios a serviço do Detran estadual. Os trabalhos da Comissão, que deveriam ser concluídos na próxima segunda-feira (21), tiveram prazo prorrogado por mais um ano.

Após a declaração de Lopes, a CPI, que é formada por deputados estaduais, questionou-o sobre o aluguel de R$ 178 mil de um terreno no município de Serra, que funciona como pátio de veículos guinchados também em outros municípios da Grande Vitória.

Para os deputados, o valor é muito alto e esse contrato de aluguel também é investigado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). Carlos Lopes explicou que o terreno foi escolhido por meio de licitação.

"Foi escolhido o que tinha menor preço [de aluguel]. E vale ressaltar que o preço pago pelo metro quadrado dessa área é inferior ao de outras duas áreas que o Detran já possui alugadas, de gestões anteriores a minha", disse Lopes.

Dionízio Gomes
O deputados também ouviram o ex-funcionário do Detran-ES Dionízio Gomes, que foi gerente financeiro. Ele também é paido proprietário do pátio Central Park, o que mais arrecada com a remoção de veículos, segundo investigações da CPI.

Os parlamentares questionaram se Dionízio influenciou na escolha do pátio da família para a prestação de serviços ao Detran.

"Eu saí em 31 de janeiro de 2006, e em 2007 o meu filho me procurou falando que tinha interesse de montar um pátio, pois sabia como funcionava. Então eu já estava há um ano e meio fora. Ele começou a prestar serviço em novembro de 2007, um ano e 10 meses depois [da minha saída], isso é bem mais que uma quarentena, digamos assim", falou Dionízio.

Ele também confirmou o pagamento de uma doação para a Associação dos Servidores Policiais Militares do Batalhão de Trânsito, em 2008, mas disse que não foi pressionado a dar o dinheiro.

"Foi dado na época, duas ou três vezes, mas depositado em conta. Não houve pressão de ninguém, nem psicológica, de policial nenhum", declarou.

Leilões eletrônicos
Para a deputada Janete de Sá, uma saída para o problema com os pátios é começar a fazer mais leilões eletrônicos.

"Nós temos cobrado constantemente do Detran que realize os leilões eletrônicos, que é uma modalidade rápida, já feita em outros estados, e que poderia estar esvaziando esse pátios. Dessa forma, não teríamos o problema que temos hoje na Serra, com valor milionário sendo cobrado dos cofres do estado em um momento difícil como que estamos passado", defendeu.

Fonte: G1-ES