POLÍTICA INTERNACIONAL

Ex-premiê da Tailândia deixa país antes do veredito do julgamento

Ela é acusada de corrupção e fraude em subsídios agrícolas.

Em 25/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A ex-primeira-ministra da Tailândia Yingluck Shinawatra deixou o país quando um tribunal estava prestes a entregar um veredito de um julgamento de dois anos sobre negligência na adoção de subsídios agrícolas, segundo a France Presse e rede americana CNN.

A advogada afirmou que Yingluck, de 50 anos, que estava em liberdade condicional desde maio de 2015, não compareceu para ouvir o veredito nesta sexta-feira (25) porque estava doente.

"Sua advogada declarou que ela está doente e pediu o adiamento do veredicto, mas o Supremo Tribunal da Tailândia não acredita que esteja enferma e decidiu emitir uma ordem de prisão", declarou o juiz encarregado do caso, Cheep Chulamon. Yingluck pode ser condenada a uma pena de até 10 anos de prisão.

A rede americana afirma que uma fonte próxima de sua família afirmou que ela tinha fugido, mas não informou o destino da ex-premiê. A France Presse afirmou que a responsável pelo partido de Yingluck também confirmou a fuga.

Maior controle nas fronteiras

O general Prayut Chan-O-Cha, líder da junta militar, afirmou que o controle das fronteiras do país depois que a justiça ordenou a detenção da ex-primeira-ministra, segundo a France Presse.

Yingluck Shinawatra, que deixou o poder depois de um golpe de Estado em 2014, sempre afirmou que não pretendia fugir do país, como fez seu irmão Thaksin. Ele, que também é ex-primeiro-ministro, partiu para o exílio em 2008 depois de ter sido condenado a dois anos de prisão por corrupção.

Milhares de simpatizantes de Shinawatra, observados por 4.000 policiais, compareceram à Corte Suprema, segundo a France Presse. Após algumas horas, apenas algumas centenas permaneciam no local.

Processo

A ex-primeira-ministra foi julgada por negligência na adoção de um programa de subsídio de arroz. O programa contemplava a compra de arroz dos produtores nas zonas rurais, base eleitoral dos Shinawatra, a um preço superior ao de mercado.

Porém, Yingluck alega que esta foi uma ajuda necessária para os mais pobres, que historicamente recebem pouco apoio do governo. Ela se declara inocente das acusações e se considera vítima de um "sutil jogo político" para afastar sua família do governo.

Uma condenação de Yingluck representaria uma gigantesca derrota para a poderosa família Shinawatra, que venceu todas as eleições nacionais desde 2001 e permaneceu no cenário político, apesar de golpes de Estado, protestos violentos com mortos e processos judiciais.

(Foto: Reuters)