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Ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e empresário são condenados.

Sentença relacionada à Operação Lava Jato é desta quinta-feira (2).

Em 02/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Delúbio Soares e o empresário dono do jornal Diário do Grande ABC Ronan Maria Pinto foram condenados por lavagem de dinheiro em um processo oriundo da Operação Lava Jato a cinco anos de reclusão em regime inicial fechado.

Outras três pessoas também foram condenadas no ação penal que cita lavagem de dinheio de R$ 6.028.000,00. Todos os condenados podem recorrer.

A sentença do juiz federal Sérgio Moro – responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância na primeira instância – é desta quinta-feira (2) e referente à 27ª fase da operação, deflagrada em abril de 2016.

"Condeno  Delúbio Soares de Castro, Enivaldo Quadrado, Luiz Carlos Casante, Natalino Bertin e Ronan Maria Pinto pelo crime de lavagem de dinheiro, consistente, no repasse e recebimento, com ocultação e dissimulação, de produto de crime de gestão fraudulenta de instituição financeira", diz um trecho da sentença.

O valor mínimo para reparação dos danos causados à Petrobras foi fixado em R$ 61.846.440,07. A quantia deve ser corrigida até o pagamento.

O G1 tenta contato com as defesas dos condenados.

Veja a lista de condenados e as respectivas penas:
-Delúbio Soares de Castro - ex-tesoureiro do PT - 5 anos de reclusão em regime inicial fechado
-Ronan Maria Pinto - empresário dono do jornal Diário do Grande ABC - 5 anos de reclusão em regime inicial fechado
-Luiz Carlos Casante - empresário - 4 anos e seis meses de reclusão em regime inicial semiaberto
-Enivaldo Quadrado - empresário condenado na Ação Penal 470, conhecida como mensalão - 5 anos de reclusão em regime inicial fechado

Sérgio Moro também condenou Natalino Bertin pelo crime de lavagem de dinheiro, porém, conforme o juiz federal, o crime prescreveu em virtude do tempo entre o último delito e o recebimento da denúncia.

Ronan Maria Pinto foi preso preventivamente, que é por tempo indeterminado, na 27ª etapa da operação, mas foi solto três meses depois, mediante pagamento de fiança de R$ 1 milhão.

Ele é monitorado por tornozeleira eletrônica, além de cumprir medidas cautelares.

Neste processo, foram absolvidos:
-Oswaldo Rodrigues Vieira Filho - empresário dono da Remar
-Marcos Valério Fernandes de Souza -publicitário que cumpre pena na Ação Penal 470, conhecida como mensalão
-Sandro Tordin - ex-presidente do Banco Schahin
-Breno Altam - jornalista ligado ao PT

De acordo com Sérgio Moro, as absolvições são decorrentes da falta de prova suficiente para a condenação.

Investigação
Ronan Pinto foi investigado pelo recebimento de R$ 6 milhões do empréstimo realizado entre o pecuarista José Carlos Bumlai – também preso pela Lava Jato – e o Banco Schahin, que acabou sendo fraudado.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) envolvendo o empresário também atingiu o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e mais sete pessoas. Os procuradores do MPF pediram para que o grupo repare o erário em R$ 6 milhões.

De acordo com o Ministério Público Federal, o empréstimo foi pago por meio da contratação do Grupo Schahin como operador do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão.

Ainda conforme as investigações, em depoimento ao Ministério Público Federal, Marcos Valério, operador do mensalão, afirmou que parte do empréstimo obtido por Bumlai era destinado Ronan Maria Pinto, que extorquia dirigentes do PT. À época da denúncia, o MPF afirmou não ter provas, até aquele momento, que explicassem os motivos da extorsão.

O dinheiro, segundo o procurador Diogo Castro de Mattos, seria para comprar ações do jornal "Diário do Grande ABC". Mattos diz que o objetivo de comprar ações era, segundo Marcos Valério, porque o jornal estava ligando Ronan Maria Pinto a denúncias da morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.