SAÚDE

Exercícios regulares ajudam nos efeitos do ciclo menstrual

78% das mulheres dizem que o exercício reduz os sintomas.

Em 05/04/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Divulgação

Resultados iniciais de uma pesquisa global sem precedentes em relação a mulheres ativas fisicamente mostram o enorme impacto positivo do exercício físico sobre os sintomas do ciclo menstrual. Uma equipe de pesquisadores da St. Mary’s University, no Reino Unido analisou as respostas de mais de 14 mil mulheres que praticam atividade física, em todo o mundo, revelando que 78% acham que a atividade física reduz os sintomas do período menstrual. Entre as mulheres que responderam à pesquisa estão 2.011 usuárias brasileiras.

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Os resultados também mostram que as mulheres sentem que o exercício de intensidade moderada (categorizado como “respiração difícil, porém capaz de manter uma conversa”) é mais eficaz no combate aos efeitos hormonais do ciclo menstrual. Os sintomas mais comuns citados foram cólicas, dor no peito, alterações de humor e fadiga. 

Esses e outros sintomas resultam, de acordo com a pesquisa, no fato de que 69% das mulheres, em algum momento, já se sentiram forçadas a mudar a rotina de exercícios e 88% também sentem que o desempenho nas atividades físicas é pior em algum momento durante o ciclo menstrual. Além disso, no mundo, uma em cada três mulheres já perdeu dias de trabalho por conta do ciclo menstrual, número que no Brasil é mais alarmante, ultrapassando os 40%.

Há, entretanto, notícias positivas. Das 14 mil mulheres entrevistadas, as que atendem às orientações de exercícios da Organização Mundial de Saúde e comem cinco ou mais porções de frutas e vegetais por dia têm menor probabilidade de perder dias de trabalho devido aos sintomas do ciclo menstrual. Da mesma forma, quem se recupera melhor, isto é, descansa o corpo e dorme bem, ações muito importantes - assim como uma melhor qualidade e maior duração do sono, também associados à redução dos sintomas.

A fisiologista, Dra. Georgie Bruinvels, se propôs a ajudar as inúmeras mulheres com quem falou durante sua pesquisa que veem o ciclo menstrual como uma barreira ao exercício regular ou que não tinham certeza se era saudável e seguro se exercitar em certos pontos do ciclo

“Estou muito empolgada por fazer uma pesquisa nessa escala – algo que não seria possível sem o acesso à incrível comunidade de mulheres ativas do Strava –, e espero que os resultados beneficiem as mulheres em todo o mundo”, afirma a Dra. Bruinvels. “Queríamos iniciar uma conversa importante sobre o exercício, o ciclo menstrual e outros fatores do estilo de vida que capacitariam todas as mulheres a trabalhar com o corpo, e não contra ele. Queremos que as mulheres se sintam à vontade para discutir algo que é muito normal e natural”, complementa.

Um dado alarmante é que, globalmente, 72% das mulheres relataram não receber educação sobre o exercício e seu ciclo menstrual. Neste aspecto, o Brasil aparece melhor na pesquisa, com aproximadamente 60% das mulheres relatando tal problema, ainda que seja um número consideravelmente alto. Como comparação, no Reino Unido e na Irlanda o número salta para 82%.

“Não há fóruns públicos suficientes para discutir abertamente o ciclo menstrual e a dor das atletas mulheres. Como a maior comunidade global de mulheres que praticam atividade física, o Strava se orgulha em ajudar a melhorar a compreensão das conexões entre mente e corpo, e entre a dor do período menstrual e o exercício físico”, ressalta a dra. Stephanie Hannon. “Estamos determinados a usar nossa plataforma para destacar como a falta de educação e discussões está impedindo um futuro mais saudável ​​para as mulheres. Os dados mostram que aquelas que receberam alguma educação tiveram bem menos probabilidade de diminuir seus exercícios durante a puberdade – quando tantas meninas e jovens param de praticar esportes”, complementa.

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