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Falso médico engana marido de paciente e leva 3 mil, no ES.

A paciente estava internada no Vitória Apart Hospital, em Serra, após uma cirurgia.

Em 14/03/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Mesmo desconfiado do telefonema, a preocupação com a saúde da esposa falou mais alto. Um morador da Praia do Canto, em Vitória (ES), caiu no golpe do falso médico e depositou R$ 3 mil, divididos em duas contas, para garantir a realização de um exame que poderia identificar uma infecção repentina que havia tomado o corpo de sua mulher.

“Eles disseram que era urgente e que o plano de saúde iria demorar cinco dias para liberar o exame”, relembra a vítima.

A história contada a ele era falsa. O golpe aconteceu na última quinta-feira. A paciente havia passado por uma cirurgia para colocar uma prótese no joelho, na última quarta-feira, e estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Vitória Apart Hospital, localizado na cidade de Serra (ES).

“Eles aproveitaram para ligar no horário de visitas, num momento em que eu não estava com ela, e perto do horário de fechar o banco”, relembra a vítima.

O falso médico ligou por volta das 15 horas, uma hora antes do fechamento dos bancos. Ou seja, além da preocupação com a esposa, juntou a isso o sentimento de urgência. “Ligaram perto do horário do banco fechar. A gente fica afobado”, lamenta.

“Disseram que precisavam fazer uma tomografia computadorizada para ver o tipo de vírus que tinha causado a infecção. Fiquei na dúvida, mas não sou médico”, justifica.

Até as 16 horas, começou a correria para tentar fazer o depósito. A primeira tentativa foi em uma lotérica, que não aceitou o depósito dos cheques. Na segunda, em um banco, os depósitos, de R$ 1,5 mil cada um foram feitos.

Ele conta que estranhou o fato de o falso médico insistir no pedido de dinheiro, mas lembra que o homem era convincente. “Ele falava como um médico. Dizia que estava no meio de um procedimento”, diz.

A “ficha” de que se tratava de um golpe só caiu quando o seu filho chegou em casa e ele comentou a situação. O filho já havia sido paciente do verdadeiro médico. “Meu filho falou que era golpe”.

Depois de horas de tentativa, a vítima conseguiu cancelar, na manhã de ontem, os depósitos.
 
Foto: Divulgação

A unidade distribui comunicados com alertas sobre ação de golpistas

Hospital afirma que alerta sobre golpes
 
O Vitória Apart Hospital, na Serra, informou que já alerta todos os seus pacientes e suas equipes de profissionais sobre ações de golpistas que se passam por médicos para extorquir dinheiro de pacientes e de seus parentes sob a ameaça de não serem realizados exames e procedimentos médicos de urgência.

“Um folheto foi distribuído nas recepções e nos quartos, além de publicado um comunicado no site da instituição, enfatizando que não tem como prática ligar para familiares de pacientes solicitando qualquer tipo de depósito”, aponta trecho da nota divulgada pelo hospital.

Na nota, o Vitória Apart Hospital ressalta também que o golpe não é exclusivo do Espírito Santo e que ocorre em outros Estados.

O hospital garantiu ainda que, como medida de reforço, solicitou aos seus funcionários que, caso sejam abordados por algum paciente ou familiar com o relato de que passou pela situação, oriente as vítimas para que não façam nenhum depósito e que comuniquem o ocorrido imediatamente a sua chefia.
 
“O golpe é sempre o mesmo. Só muda a imaginação do golpista”
 
A tentativa de arrancar
R$ 3 mil reais de um morador da Praia do Canto, em Vitória, foi uma entre tantas maneiras para realizar um golpe, velho conhecido da Delegacia de Defraudações e Falsificações (Defa): o de obrigar a depositar dinheiro. “A forma de abordar são várias. O golpe é sempre o mesmo. O que muda é a imaginação do golpista”, afirma o titular da delegacia, Orly Fraga Filho.


Ele relembra casos em que as pessoas se passam por parentes no telefone, ou para simular um acidente ou para fingir sequestros.

“Não façam de imediato nenhum depósito. Ao telefone, não digam o nome de nenhum parente”, alerta o delegado.

O morador de Vitória relatou que desconfiou da ligação e da insistência do falso médico para realizar o mais rápido possível o depósito. Mas na dúvida e temendo pela saúde de sua mulher, ele acabou por depositar os cheques nos valores de R$ 1,5 mil cada.

“A nossa orientação é de que é melhor prevenir do que remediar. Se ligarem, não depositem logo”, afirma Orly Fraga Júnior.

Sobre casos relacionados a hospitais, apesar de não serem frequentes, são antigos.

“Eles ligam e dizem por exemplo que seu filho está hospitalizado e perguntam se tem plano de saúde”, diz ao citar como o golpista inicia a conversa para convencer a vítima a depositar o dinheiro.

Na delegacia, chegam em média 150 ocorrências por mês com tentativas diversas de fraudes e golpes. A mais comum delas, que representa 50% dos casos, são as de clonagem de placas de carro. Não foi possível levantar o total das denúncias que são relacionadas a hospitais porque esses casos são registrados como fraude. “Seria necessário olhar caso por caso”, explica o delegado.

Ao perceberem que foram vítimas de golpe, a orientação é de a pessoa fazer o registro em qualquer delegacia. “Eles são obrigados a atender. Depois, o caso é encaminhado para a Defa”, diz o delegado.

Hospital
A responsabilidade do Vitória Apart Hospital nesse caso ainda vai ser investigada já que é preciso apurar como o golpista conseguiu informações médicas e pessoais da paciente e de seu marido.
 
Orientações e outros casos
 
Orientações

Desconfie
Não acredite de imediato quando telefonam e pedem para fazer depósitos bancários.

Verifique
Mantenha a calma e certifique-se de que esteja falando com o seu parente ou com seu médico, se for o caso.

Fonte: Gazetaonline