NEGÓCIOS

Fibria vê mercado de celulose apertado e custos caindo.

Segundo o diretor comercial, Henri Philippe Van Keer, os clientes estão sem celulose.

Em 26/04/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

SÃO PAULO  - A Fibria (FIBR3.SA: Cotações) está vendo o mercado de celulose ainda bastante demandante e avalia que o custo de produção deve recuar nos próximos trimestres após ter atingido um pico nos três primeiros meses deste ano.

Segundo o diretor comercial da maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, Henri Philippe Van Keer, os clientes "estão sem celulose".

"Há ainda atrasos em navios, o que está criando uma situação em que o cliente tem medo de parar suas máquinas (de papel). Não vemos isso mudando nos próximos meses", afirmou.

A companhia também tem visto sinais de estoques muito baixos de celulose e papel na Europa e na Ásia o que é um dos elementos de otimismo da empresa sobre os preços da matéria-prima nos próximos meses.

As ações da Fibria exibiam queda de 1,5 por cento às 12h52, enquanto o Ibovespa .BVSP tinha oscilação positiva de 0,07 por cento. Analistas citaram em relatório preocupações sobre os preços da celulose nos mercados internacionais nos próximos trimestres.

Já o presidente-executivo da Fibria, Marcelo Castelli, afirmou que o custo caixa de produção de 754 reais por tonelada atingido no primeiro trimestre deve-se a eventos pontuais como parada para manutenção de algumas unidades da empresa e problemas em transporte de madeira no Espírito Santo que geraram aumento do uso do modal rodoviário, mais caro que ferrovia ou barcaças.

O custo caixa de produção da Fibria no primeiro trimestre foi 8 por cento acima do verificado um ano antes e 4 por cento maior que o dos últimos três meses de 2016.

Segundo os executivos da Fibria, os custos devem apresentar uma redução maior no terceiro trimestre e "especialmente no quarto trimestre", após a entrada em operação da nova linha de produção de celulose da companhia em Três Lagoas (MS) a partir do começo de setembro. Um nível ótimo de custos deve ser atingido quase que inteiramente no decorrer de 2018, conforme a empresa evoluir na operação da linha de 1,95 milhão de toneladas por ano, conhecida como projeto Horizonte 2.

Diante da expectativa de crescimento da geração de caixa nos próximos meses e considerando a liquidez imediata da empresa no final de março, de 8,5 bilhões de reais, a Fibria não considera que vai precisar recorrer aos mercados de capital internacionais nos próximos meses e espera reduzir sua alavancagem para mais próximo do nível de 3,5 vezes até o final do ano, disseram executivos da companhia.

No primeiro trimestre, a relação dívida líquida sobre Ebitda da empresa foi de 3,63 vezes ante 1,85 vezes um ano antes.

Castelli afirmou ainda que a Fibria não tem buscado ativamente oportunidaes de fusão e aquisição, mas que a empresa considera que poderá fazer isso tão logo tenha obtido crescimento suficiente com a operação da nova linha de produção em Três Lagoas.

"Não estamos em nosso melhor momento agora, mas faremos (busca de oportunidades) em breve, porque Horizonte 2 vai dar um ganho importante para nós", disse Castelli em teleconferência com jornalistas.

Foto:

Foto: Divulgação/Fibria