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Fim da força-tarefa da PF na Lava Jato preocupa MPF

A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário.

Em 06/07/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro – O grupo de trabalho da Polícia Federal dedicado exclusivamente à Lava Jato em Curitiba será incorporado pela Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor), informou a PF em nota nesta quinta-feira, na qual nega que a alteração afetará as investigações.

A decisão, no entanto, foi criticada pelos procuradores que formam a força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal, que disseram que a mudança prejudicará as investigações, já que a PF e a Receita Federal são indispensáveis para esses trabalhos.

“A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações”, afirmou a nota divulgada pela Polícia Federal.

“O modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, entre outros”, acrescenta o documento.

De acordo com a PF, a iniciativa da integração partiu do delegado regional de combate ao crime organizado do Paraná, Igor Romário de Paula, coordenador da operação Lava Jato no Estado, e foi corroborada pelo superintendente regional da PF, delegado Rosalvo Franco.

A nova sistemática de trabalho reduzirá a carga de trabalho dos delegados atuantes na Lava Jato em função da incorporação de novas autoridades policiais, disse a Polícia Federal, acrescentando que cada delegado da Lava Jato possuía cerca de 20 inquéritos sob sua responsabilidade cada.

“O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade”, afirmou a PF.

O comunicado diz ainda que a Polícia Federal “reafirma o compromisso público de combate à corrupção, disponibilizando toda a estrutura e logística possível para o bom desenvolvimento dos trabalhos e esclarecimento dos crimes investigados”.

A mudança, que também afeta o grupo que era dedicado à operação Carne Fraca, acontece após a recente troca do ministro da Justiça. O presidente Michel Temer, que é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e que tem ministros e aliados investigados na Lava Jato, tirou Osmar Serraglio do comando da pasta, substituindo-o por Torquato Jardim.

(Imagem: Sergio Moraes/Reuters)