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Findes diz que vai devolver dinheiro de restaurante giratório ao Sesi.

Presidente da Federação anunciou que desistiu do restaurante giratório.

Em 15/01/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) disse, nesta quinta-feira (15), que vai devolver ao Serviço Social da Indústria do Espírito Santo (Sesi) o dinheiro aplicado pelo Sesi no projeto do restaurante giratório na Reta da Penha, em Vitória. Em entrevista ao Bom Dia ES nesta manhã, Guerra anunciou que a Federação havia desistido de continuar com o projeto inicial e que agora o espaço será usado para atender a demandas da economia criativa.

A obra foi projetada na gestão Lucas Izoton, que deixou o comando da Findes em julho de 2011. No decorrer da obra, laudos técnicos e relatórios indicaram falha de projetos, má qualidade na execução da obra e impasse quanto à segurança da estrutura.

O orçamento inicial era de R$ 8,4 milhões, mas o valor chegou a ser estimado em R$ 26 milhões. O prazo inicial para entrega do restaurante giratório era outubro de 2011. Mas, a entrega nunca aconteceu.

O projeto inicial, conforme explica Guerra, era de um espaço cultural dotado de um restaurante giratório. Entretanto, o custo da obra fez com que a gestão de Guerra desistisse de prosseguir com a ideia.

“Buscamos uma forma de terminar a obra, não conseguimos. Busquei empresas para estudar a estrutura do prédio, a força do evento. A estrutura não oferece risco nenhum, mas o projeto ficou caro, ficou inviável”, disse.

A estrutura de aço já montada no topo do prédio pesa aproximadamente 140 toneladas. Parte do recurso utilizado na obra é do Sesi, uma quantia em torno de R$ 10 milhões de reais. De acordo com o presidente, a Federação investiu mais R$ 8 milhões.

A decisão de devolver ao Sesi o dinheiro aplicado na obra atende a uma recomendação do Tribunal de Contas da União, que entendeu que a contribuição do Sesi em uma obra como essa era irregular.

Ainda de acordo com o presidente da Federação, o projeto inicial foi vendido à população de maneira errada. O que seria um espaço cultural com um restaurante giratório, resumiu-se a um restaurante que girava. Dentro dessa logica comercial - e não mais cultural - a construção fugia das atribuições do Sesi.

“A obra foi vendida de forma errada para a sociedade. Era um espaço cultural dotado de um restaurante giratório e foi vendido como apenas um restaurante giratório. Então decidimos acatar a sugestão dos órgãos de controle”, explicou.

Guerra ainda garantiu que o valor vai ser devolvido com as devidas correções. Entretanto, a Findes ainda não sabe dizer quando e nem como a quantia será repassada ao Sesi.

Nova proposta
A nova proposta é transformar a estrutura em um espaço destinado à economia criativa. A Findes ainda está trabalhando na adaptação ao novo projeto e não sabe dizer quando a estrutura começará a ser utilizada.

Sem projeto definido, a utilidade do espaço ainda não esta bem desenhada. Mas o presidente adianta algumas ideias.

"Vai ser um espaço aberto, um local destinado à discussão, mostra, aprendizado e intercambio entre setores", disse Guerra.

Entenda o Impasse com o TCU
Em junho de 2015, o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) devolvesse R$ 9,5 milhões a um dos condôminos do edifício-sede, o Serviço Social da Indústria (Sesi).

O valor, conforme processo movido no tribunal, foi aportado irregularmente e com desvio de finalidade na construção do restaurante panorâmico. Na ocasião, a Findes estudava meios de devolver o valor.

Fonte: G1-ES