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França faz funeral de padre morto por extremistas sob forte segurança.
Padre Jacques Hamel foi morto durante missa há uma semana.
Em 02/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O funeral do padre assassinado há uma semana por dois extremistas islâmicos em uma igreja na Normandia foi realizado nesta terça-feira (2) em meio a um forte esquema de segurança na Catedral de Rouen.
Cerca de 2 mil pessoas dentro e fora da catedral gótica enfrentaram chuva para participar do tributo ao padre Jacques Hamel, de 85 anos, morto enquanto celebrava uma missa para cinco fiéis em sua igreja.
O caixão, carregado por quatro pessoas, entrou no prédio precedido e seguido por uma procissão de muitos padres de estola roxa, a cor do luto.
Alguns muçulmanos também estiveram presentes. "Eu vim aqui para mostrar a minha solidariedade para com a comunidade cristã. É um dever. Estamos aqui pelo bem viver juntos", ressaltou Hassan Houays, professor de matemática de Saint-Etienne-du-Rouvray, perto da cidade de Rouen, onde o ataque ocorreu.
O assassinato, cometido por dois extremistas de 19 anos que juraram fidelidade ao grupo Estado Islâmico (EI), causou forte comoção na França.
O padre Jacques Hamel era conhecido localmente por seu envolvimento no diálogo interreligioso com os muçulmanos de Saint-Etienne-du-Rouvray.
Segurança reforçada
O esquema de segurança em torno da catedral foi reforçado para a cerimônia, que contou com a presença dos ministro francês do Interior e dos Assuntos Religiosos, Bernard Cazeneuve. Vinte veículos da polícia estavam nos arredores e todas as pessoas que entravam no prédio da igreja eram revistadas. No exterior, um telão retransmitia a cerimônia.
O padre Hamel, originário do norte da França, será enterrado em um lugar que a família quer manter em segredo.
Sua igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, onde oficiava há quase 50 anos, permanece fechada. Segundo a diocese, ela só será reaberta após um "rito penitencial de reparação", que permitirá a retomada do culto após a profanação do templo.
O funeral ocorre dois dias depois que centenas de muçulmanos foram orar nas igrejas da França ao lado de católicos na missa de domingo, como um sinal de "solidariedade" e "esperança".
Os dois responsáveis pelo ataque, Adel Kermiche e Abdel Malik Petitjean, que viviam a 700 km de distância e que se conheceram poucos dias antes do ataque, foram mortos pela polícia.
Os representantes da comunidade muçulmana de Saint-Etienne-du-Rouvray, onde vivia Adel Kermiche, recusam-se a organizar seu enterro.
Fonte: AFP