ECONOMIA INTERNACIONAL

França quer o fim das negociações sobre acordo comercial UE-EUA.

Anunciou nesta terça-feira (30) o secretário de Estado francês de Comércio Exterior.

Em 30/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O governo francês solicitará em setembro à Comissão Europeia o fim das negociações entre Europa e Estados Unidos para um grande acordo comercial, o chamado TTIP, anunciou nesta terça-feira  (30) o secretário de Estado francês de Comércio Exterior.

"Não existe mais apoio político da França para as negociações, assim o país pede o fim das negociações", afirmou Matthias Fekl à rádio RMC.

Fekl justificou a demanda por considerar que as negociações para criar uma Associação Transatlântica para o Comércio e o Investimento (TTIP, na sigla em inglês) estão desequilibradas a favor dos interesses dos Estados Unidos e não dos 27 Estados membros da União Europeia.

Os americanos

"Os americanos não dão nada ou apenas migalhas (...) Entre aliados não se negocia assim", lamentou o ministro.

Ele afirmou que as negociações terão que começar novamente mais adiante.

"Temos que parar de maneira clara e definitiva estas negociações para recomeçar com novas bases", disse.

Fekl também indicou que a França apresentará o pedido em setembro, durante a reunião de ministros do Comércio Exterior da UE em Bratislava (Eslováquia).

O secretário do Comércio não disse quando nem em quais condições poderiam começar as novas negociações. Mas o calendário aponta para depois da eleição de um novo presidente nos Estados Unidos, que só vai tomar posse em 2017.

Os dois principais candidatos à presidência americana, a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump, já criticaram duramente o TTIP.

O acordo,

O acordo, negociado em sigilo entre Washington e a Comissão Europeia desde meados de 2013, tem o objetivo de suprimir as medidas regulamentares e comerciais para criar uma grande zona de livre comércio e estimular o crescimento econômico.

Mas nos últimos meses as negociações foram afetadas pelas críticas de muitas ONGs, que temem que o tratado afete a legislação europeia na área do meio ambiente a favor das grandes empresas.

Também são cada vez maiores as dúvidas dos próprios governos europeus.

Na Alemanha, muitas vozes são contrárias ao acordo, inclusive dentro da coalizão de governo. Mas a chanceler Angela Merkel defende o projeto.