MOTOR

GM não fará mais carros sem airbag em países emergentes, diz agência.

Sedã montado na Colômbia levou zero em teste do Latin NCap.

Em 16/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Depois de levar zero no teste de colisão do Programa de Avaliação de Veículos Novos para América Latina e Caribe (Latin NCap), a General Motors anunciou que não mais produzirá carros sem airbags, informou a Associated Press. A decisão, segundo a agência de notícias, foi divulgada depois que os resultados do teste vieram a público, na última quinta-feira (14).

O Chevrolet Sail, fabricado na China e montado na Colômbia, sem airbags, ficou sem estrelas para a proteção de adultos e obteve somente 2 na de crianças --o máximo são 5.

A organização destacou que, apesar de oferecer o sistema Isofix, mais prático, para a instalação de cadeirinhas, o sedã também não possui cinto de segurança de 3 pontos em todas as posições.

Após a divulgação do mau resultado, a GM reiterou o plano de investir US$ 5 bilhões para o desenvolvimento de carros mais seguros para os mercados emergentes. Os veículos, esperados para a partir de 2019, terão airbags e cinto de 3 pontos para todos os ocupantes, reportou a AP.

O fiasco do Sail
O Chevrolet Sail não é vendido no Brasil; de qualquer forma, desde 2014, os carros novos são obrigados a ter 2 airbags frontais (para proteção de motorista e passageiros) para serem comercializados no país. Mas alguns países da América do Sul ainda não têm essa exigência.

Além da falta do equipamento, o Latin NCap criticou a estrutura ruim do Sail. "A estrutura desse veículo foi catalogada como instável, não sendo capaz de suportar cargas maiores. O motorista apresentava lesões de risco de vida na cabeça e no peito. O peito do passageiro mostrou compressão próxima do limite permitido", afirmou a entidade.

Outros modelos da Chevrolet, Aveo -carro mais vendido no México- Spark e Agile, sem airbags, também ficaram com zero estrela em testes anteriores da entidade.

Montadoras como Chery, Geely, Hyundai, Nissan, Fiat e Renault também já tiveram maus resultados no programa. "Enquanto outros fabricantes mostram uma melhora no transcurso dos últimos 5 anos, os modelos da GM continuam a decepcionar", comentou María Fernanda Rodríguez, presidente do Latin NCap.

Mais rigor para 5 estrelas
Presente na América Latina desde 2010, a organização independente passou a fazer testes com novos parâmetros, assim, os resultados anteriores não devem ser comparados a modelos testados anteriormente.

Agora, para um carro ter 5 estrelas, é necessário que ele conte com controle eletrônico de estabilidade (ESC) de série e passe pelo teste de impacto lateral --antes só era feito se a montadora pedisse.

Ford Ranger
Além do Sail, o Latin NCap avaliou a Ford Ranger reestilizada, feita na Argentina. O modelo obteve 3 estrelas para proteção de adultos e 4 para a de crianças.

Segundo a entidade, a Ranger oferece boa proteção para os ocupantes adultos e infantis, mas ficou longe das 5 estrelas porque não possui controle de estabilidade em todas as versões na América Latina.

A entidade sempre testa a mais básica disponível na região. No Brasil, no entanto, a Ranger terá o ESC e 7 airbags em todas as versões - o modelo testado pelo Latin NCap era equipado com apenas 3 airbags.

Obrigatoriedade de ESC e cinto no Brasil
O controle de estabilidade ajuda o carro a retomar a trajetória em manobras bruscas e, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Dentran), será obrigatório no Brasil a partir de 2020, para carros novos. A partir daquele ano, o país também deverá exigir cinto de 3 pontos para todos os ocupantes: muitas montasoras, sobretudo em modelos menos caros, deixam o assento do meio do banco de trás com cinto abdominal.

Fonte: AutoEsporte