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Grávida descobre que bebê está morto após ir cinco vezes ao hospital no ES.

Jaqueline Nascimento Gonçalves, de 22 anos, acusa o Hospital São Camilo, em Aracruz.

Em 24/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A família da dona de casa Jaqueline Nascimento Gonçalves, de 22 anos, acusa o Hospital São Camilo, em Aracruz (ES), de negligência médica. Grávida de quase nove meses, a jovem procurou o hospital várias vezes após sentir fortes dores e perder líquido. Quando conseguiu ser internada, descobriu que o bebê estava morto. 

De acordo com a irmã, Jéssica Maiara Nascimento Gonçalves, 24, Jaqueline começou a passar mal no início do mês e procurou o Hospital São Camilo pelo menos cinco vezes. "A gente falava que ela estava perdendo líquido e sentindo muita dor. O médico examinava, dava um remédio e mandava para casa". 

As dores pioraram no último domingo (21) e a dona de casa procurou novamente o hospital. Segundo a irmã, a médica que a atendeu suspeitou de infecção de urina. "Ela pediu o exame e disse que, caso desse a infecção, iria interná-la. Minha irmã fez o exame e acusou infecção, mas a médica falou que não tinha necessidade de internação. Ela prescreveu um antibiótico e Buscoduo", contou. 

Mesmo com os remédios, Jaqueline continuou a sentir dor e voltou ao Hospital São Camilo no início da tarde desta segunda-feira (22). Desta vez, ela foi internada. "Voltamos ao hospital e era outro médico. Ele olhou o mesmo exame feito no domingo e resolveu interná-la. Jaqueline entrou e a gente foi embora". 

Pouco antes das 17 horas, a jovem ligou chorando para a família dizendo que o coração do bebê não estava batendo mais. Mas, segundo Jéssica, quando a irmã foi examinada no domingo, o coração do bebê estava batendo normalmente. 

"A gente foi para o hospital e não tinha nenhum médico para dar uma explicação. Depois de mais ou menos uma hora, veio uma médica um pouco exaltada e falou que o parto tinha que ser normal, que não podia fazer a cesárea por causa da infecção. Disse que ia aplicar uma medicação no dia seguinte para forçar o parto".

Entretanto, por volta das 20 horas, Jaqueline teve o bebê. De acordo com Jéssica, não havia nenhum médico ou enfermeiro no momento do parto. Estavam no quarto apenas o marido, a mãe, uma tia e a irmã. "Pedi ajuda uma vez e ninguém veio. Na segunda vez, veio uma enfermeira e terminou de puxar o bebê. O neném saiu sequinho, não saiu nenhum líquido". 

Causa

Sobre a morte do bebê, Jéssica disse que ninguém no hospital soube explicar a causa. "As causas ninguém sabia. Disseram também que ninguém tinha culpa. Só que o médico de ontem (segunda) viu a necessidade de internação com o mesmo exame que a outra médica havia pedido". 

Jaqueline já é mãe de um menino de três anos. Ela afirma que fez o parto sozinha. "Deixaram a minha filha morrer. Fiz o parto sozinha. Ninguém veio para me socorrer, nem os enfermeiros. E nada que eles fizerem agora vai trazer a minha filha de volta". 

Por telefone, o assessor de comunicação do Hospital São Camilo, Dino Simas, informou que vai enviar uma nota sobre o caso na tarde desta terça-feira (23). 

Laudo 

O corpo foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), em Vitória, e liberado por familiares na manhã desta terça-feira (22). De acordo com Jéssica, o laudo indicou três causas da morte: anoxia intrauterina; infartos placentários múltiplos; e isquemia útero-placentária. Ainda conforme o documento, o bebê, do sexo feminino, estava com 2,2 quilos. O enterro será realizado na tarde desta terça, por volta das 15 horas, no Cemitério do bairro Colina, em Aracruz.

G1es