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Grécia tem protestos antes de votação sobre reforma das aposentadorias.

Reformas são exigências de credores, UE e FMI, por novo plano de resgate.

Em 08/05/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Parlamento grego se pronuncia neste domingo sobre uma polêmica reforma das aposentadorias e aumento de impostos exigida pelos credores UE e FMI, em meio a protestos convocados pelos sindicatos e na véspera de uma reunião do Eurogrupo sobre a Grécia.

Os sindicatos gregos convocaram manifestações para a manhã deste domingo por ocasião do Dia dos Trabalhadores, que não foi celebrado no domingo passado por ser a Páscoa ortodoxa.

O sindicato público Adedy também convocou uma manifestação diante do Parlamento, horas antes da votação prevista sobre a reforma das aposentadorias, considerada um "saque" pelos sindicatos.

"Esta reforma deveria ter sido feita há décadas" por culpa do importante déficit nos planos de aposentadorias, que chega a "2 bilhões de euros", respondeu o ministro do Trabalho, Georges Katrougalos, impulsionador desta reforma.

O projeto de lei para reformar o sistema de aposentadorias e aumentar os impostos, exigido pelos credores do país - a UE e o FMI - em troca de um novo plano de resgate assinado em julho, está sendo debatido no Parlamento desde sábado e será submetido a votação na noite deste domingo.

O governo de esquerda de Alexis Tsipras, que dispõe de uma maioria parlamentar mínima, com 153 deputados de 300, espera que, ao organizar a votação no fim de semana, em plenas férias de Páscoa, a reforma seja aprovada antes da reunião do Eurogrupo de segunda-feira.

Isso pode ajudar os 19 ministros das Finanças da zona do euro a concluírem a primeira avaliação da implementação do plano de resgate e iniciarem o espinhoso debate sobre a dívida grega.

A reforma das aposentadorias prevê cortes das aposentadorias mais elevadas, a fusão de várias caixas, o aumento das cotações e a instauração de uma aposentadoria nacional de 384 euros para os que tiverem trabalhado 20 anos.

Totalmente contrários a estas medidas, os sindicatos convocaram uma greve de 48 horas, a quarta desde a chegada ao governo de Tsipras, em janeiro de 2015.

Na sexta-feira e no sábado nenhum transporte público funcionou no país. Os trens não circularam e os barcos que unem a Grécia continental com as ilhas permaneceram no porto. Apenas os táxis, cujo sindicato não se uniu às mobilizações, circulavam. O tráfego aéreo também não se viu perturbado.

Embora a greve e as convocações aos protestos tenham tido uma boa aceitação na sexta-feira e no sábado, para Panayiotis Petrakis, professor de Economia na universidade de Atenas, isso não ameaça a aprovação da lei: "A reforma será adotada e conseguir este voto antes do Eurogrupo é uma boa decisão", disse à AFP.

Mas "a distância entre Atenas e os credores, que exigem medidas adicionais de 3,6 bilhões de euros, continua sendo importante", advertiu.

 

Fonte:G1