ECONOMIA NACIONAL

Greve dos bancos fecha agências nesta terça-feira.

Canais alternativos ficam disponíveis para várias operações, diz Febraban.

Em 06/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Agências bancárias em vários estados do país amanheceram cobertas de cartazes e devem ficar fechadas a partir desta terça-feira (6). Após assembleias realizadas na semana passada, os bancários decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes poderão fazer saques, transferências e outras operações por canais alternativos de atendimento, como caixas eletrônicos, internet banking, aplicativos no celular (mobile banking), telefone, além de casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos credenciados.

Os bancários pedem reajuste salarial de 16% com piso de R$ 3.299,66. A Fenaban apresentou uma proposta de reajuste de 5,5%, com piso de R$ 1.321,26 a R$ 2.560,23 (veja mais detalhes sobre as reivindicações e a proposta dos bancos no final da matéria). A proposta foi rejeitada pela categoria nas assembleias da última quinta-feira (1).

Na última sexta-feira (2), o Comando Nacional enviou um oficio à Fenaban, para oficializar a aprovação de greve nacional unificada pela categoria.

Alagoas
A categoria entrou em greve por tempo indeterminado no estado nesta terça-feira. Todas as agências manterão funcionando apenas o autoatendimento, segundo o sindicato local.

Bahia
Os bancários da Bahia entram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira, acompanhando o movimento nacional, segundo informações do Sindicato dos Bancários da Bahia. A entidade estima que, além de Salvador, a categoria também adere à greve em Lauro de Freitas, Vitória da Conquista, Barreiras, Irecê, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Teixeira de Freitas, Camaçari, entre outras cidades.

Goiás
Funcionários de agências bancárias entram em greve a partir desta terça-feira (6) em Goiás. O ato, que é nacional, tem prazo indeterminado. Participam da paralisação bancários da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e de instituições privadas.

Maranhão
Os bancários do Maranhão aderiram à paralisação nacional, que atinge bancos públicos e privados. A adesão foi tomada em assembleia realizada em 28 de setembro. A categoria deve fazer um ato público no centro da capital nesta terça-feira.

Paraíba
Os bancários da Paraíba iniciam greve nesta terça-feira (6). A paralisação atinge tanto bancos públicos quanto privados e, segundo os sindicatos representativos da categoria, cerca de 4,5 mil bancários devem cruzar os braços, mantendo apenas o número mínimo de funcionários exigido por lei.

Piauí
Todas as agências bancárias do Piauí estarão em greve, por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira (6). Os usuários terão somente os caixas eletrônicos para realizar as transações financeiras.

Rio Grande do Sul
A greve atinge pelo menos 80% dos sindicatos do estado. Dois municípios definiram greve paralisação parcial: em Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo, somente os bancos públicos terão greve. Apenas a Caixa Econômica Federal vai parar em Rosário do Sul, na Região Central.

Santa Catarina
Bancários do estado entraram em greve nesta terça-feira, afetando agências privadas e públicas. Até o fim da semana, deve acontecer na Grande Florianópolis um ato para marcar a greve da categoria, como uma caminhada. A programação deve ser definida nos próximos dias.

Veja os sindicatos que aprovaram a greve, segundo a Contraf (sindicatos não afiliados à Contraf também aderiram à paralisação):

  • ABC (SP)
  • Acre
  • Alagoas
  • Alegrete (RS)
  • Amapá
  • Angra dos Reis (RJ)
  • Apucarana (PR)
  • Arapoti (PR)
  • Araraquara(SP)
  • Assis (SP)
  • Bagé (RS)
  • Baixada Fluminense (RJ)
  • Barra do Garças (MT)
  • Barretos (SP)
  • Belo Horizonte (MG)
  • Blumenau (SC)
  • Bragança Paulista (SP)
  • Brasília (DF)
  • Camaquã (RS)
  • Campina Grande (PB)
  • Campinas (SP)
  • Campo Grande (MS)
  • Campo Mourão (PR)
  • Campos dos Goytacazes (RJ)
  • Carazinho (RS)
  • Cariri (CE)
  • Cataguases (MG)
  • Catanduva (SP)
  • Caxias do Sul (RS)
  • Ceará
  • Concórdia e Região (SC)
  • Cornélio Procópio (PR)
  • Criciúma (SC)
  • Cruz Alta (RS)
  • Curitiba (PR)
  • Divinópolis (MG)
  • Dourados (MS)
  • Espírito Santo (RJ)
  • Extremo Sul da Bahia
  • FETEC PR
  • Florianópolis (SC)
  • Governador Valadares (MG)
  • Guarapuava (PR)
  • Guarulhos (SP)
  • Horizontina (RS)
  • Ipatinga (MG)
  • Itaperuna (SP)
  • Jacobina (BA)
  • Joaçaba (SP)
  • Juiz de Fora (MG)
  • Jundiaí (SP)
  • Limeira (SP)
  • Litoral Norte (RS)
  • Londrina (PR)
  • Macaé (RJ)
  • Mato Grosso
  • Mogi das Cruzes (SP)
  • Naviraí (SP)
  • Niterói (RJ)
  • Nova Friburgo (RJ)
  • Novo Hamburgo (RS)
  • Pará
  • Paraíba
  • Paranavaí (PR)
  • Passo Fundo (RS)
  • Patos de Minas (MG)
  • Pelotas (RS)
  • Pernambuco
  • Petrópolis (RJ)
  • Piauí
  • Piracicaba (SP)
  • Porto Alegre (RS)
  • Presidente Prudente (SP)
  • Ribeirão Preto (SP)
  • Rio de Janeiro (RJ)
  • Rio do Sul (SC)
  • Rio Grande (RS)
  • Rondônia
  • Rondonópolis (MT)
  • Roraima
  • Santa Cruz do Sul (RS)
  • Santa Maria (RS)
  • Santa Rosa (RS)
  • Santo Ângelo (RS)
  • Santos (SP)
  • São Borja (RS)
  • São Miguel do Oeste (SC)
  • São Paulo (SP)
  • Sul Fluminense (RJ)
  • Taubaté (SP)
  • Teófilo Otoni (MG)
  • Teresópolis (RJ)
  • Toledo (PR)
  • Três Rios (RJ)
  • Uberaba (MG)
  • Umuarama (PR)
  • Vale do Ararangua (SC)
  • Vale do Caí (RS)
  • Vale do Ribeira (SP)
  • Vale Paranhana (RS)
  • Videira (SC)

O que pede a categoria e o que oferecem os bancos
Os bancários querem reajuste salarial de 16%, com piso de R$ 3.299,66, e Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82. A categoria também reivindica vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788 cada. A categoria também pede pagamento para graduação e pós, além de melhorias nas condições de trabalho e segurança.

A proposta apresentada pela Febraban, rejeitada em assembleias, oferece reajuste salarial de 5,5%, com piso entre R$ 1.321,26 e R$ 2.560,23. A Federação propôs ainda PLR pela regra de 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22 e parcela adicional (2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16).

Foram também propostos os seguintes benefícios: auxílio-refeição de R$ 27,43, auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta de R$ 454,87,auxílio-creche/babá de R$ 323,84 a R$ 378,56, gratificação de compensador de cheques de R$ 147,11, qualificação profissional de R$ 1.294,49, entre outros. 

Greves em 2013 e em 2014
No ano passado, os bancários fizeram uma greve entre 30 de setembro e 06 de outubro. Os trabalhadores pediam em reivindicação inicial reajuste salarial de 12,5%, além de piso salarial de R$ 2.979,25, PLR de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247 e 14º salário. A categoria também pedia aumento nos valores de benefícios como vale-refeição, auxílio-creche, gratificação de caixa, entre outros. A greve foi encerrada após proposta da Fenaban de reajuste de 8,5% nos salários e demais verbas salariais, de 9% nos pisos e 12,2% no vale-refeição.

Em 2013, os trabalhadores do setor promoveram uma greve de 23 dias, que foi encerrada após os bancos oferecerem reajuste de 8%, com ganho real de 1,82%. A duração da greve na época fez a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) pedir um acordo para o fim da paralisação, temendo perdas de até 30% nas vendas do varejo do início de outubro.