Grupo umbandista estuda ir à Justiça contra vereador após post

Durante sessão no Legislativo em homenagem ao Dia Nacional da Umbanda - realizada na noite de terça-feira (14) -, Roberto Conde Andrade (PRB) postou várias fotos do plenário e escreveu: "Povo de Deus, vamos orar por Jundiaí. Agora mesmo na Câmara Municipal vários pais e mães de Santo".

"Nós temos advogados que estão estudando a melhor forma de entrar na Justiça e tomar as medidas cabíveis. Afinal, ele incita que somos algo do mal", afirma Falasco.

Para ele, a citação feita pelo vereador foi uma afronta a toda comunidade umbandista. “Foi um ato muito triste. A gente foi na Câmara para iniciar uma luta contra a intolerância religiosa e vem um vereador, que é representante da lei e dos moradores de Jundiaí, e demonstra uma atitude contrária. Quando ele pede para que orem por Jundiaí, ele indiretamente incita que somos algo do mal e podemos nos proliferar.”

Alexandre citou ainda um histórico constante de ataques contra a comunidade umbandista e a necessidade de uma política de tolerância religiosa.

“O evangélico tem um espaço gigantesco perto do nosso e a gente respeita. Queremos nosso espaço e respeito. Nós merecemos pelo menos um pedido de desculpas. Ele deveria legislar conforme a constituição, que diz que o país é laico e que deve ser respeitada qualquer manifestação religiosa”, finaliza.

Em entrevista ao G1, na manhã desta quinta-feira (16), Roberto Conde Andrade disse que fez a postagem apenas para "relatar o que estava acontecendo". "Toda vez que a Câmara está lotada, a gente [vereadores] tira fotos do plenário e posta nas redes sociais relatando o que está acontecendo. Foi o que eu fiz. Pedi que orassem por Jundiaí, não por eles, e depois só relatei o que estava acontecendo naquele momento, que estava cheio de pais e mães de santo no plenário."

Diante da repercussão negativa, Conde resolveu apagar a postagem. Ele afirmou que foi mal compreendido e que deletou a publicação porque recebeu ameaças. "Não houve da minha parte nenhuma provocação, agressão ou intolerância religiosa na postagem que eu fiz. As pessoas na rede social entenderam mal e começaram a compartilhar essa ideia errada e outras pessoas foram aceitando. Só apaguei o post porque fui xingado de um monte de nome que eu não sou e ameaçaram a mim e a minha família", justifica.

(Foto: Alexandre Falasco/Arquivo pessoal)