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Grávidas voltam para cara ao encontrarem maternidades lotadas no ES.

Mulheres e parentes reclamaram da demora no atendimento.

Em 11/06/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A lotação nas maternidades da Grande Vitória fizeram com que as grávidas voltassem para casa sem atendimento, neste sábado (10).

No início da tarde, a maternidade do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), o Hospital das Clínicas, estava com todos os leitos ocupados.

Fabíola Correia grávida de dois meses chegou ao local passando mal. O marido contou que a mulher não conseguiu atendimento.

“Ela não foi atendida aqui, porque o hospital não é referência. Ela de Cariacica e aqui atende Vitória. Ela tem crise epiléptica e ela está gestante de dois meses. A gente está preocupado e o Samu trouxe ela para cá”, disse Nelson Otero.

Uma outra mulher chegou ao Hucam em trabalho, depois de ter sido dispensada em outra maternidade. Larissa Coutinho está a espera de um menino.

“Já comecei a sentir as dores do parto, estou perdendo líquido e vou ver se consigo ficar aqui. Mas agora só esperar, estava dando superlotação. Eu fui na Pró-Matre e pediram para eu vir pra cá. Eu fui de manhã, mas as dores começaram a voltar”, contou Larissa.

Depois de tentar, Larissa voltou para casa sem atendimento.

Nesta sexta-feira (9), a maternidade do Hucam ficou fechada. O problema é generalizado e acontece, segundo o hospital, porque atende grávidas de alto risco e quando outros hospitais da Grande Vitória estão com as maternidades fechadas aumenta a demanda.

A esposa do mecânico Leonardo entrou em trabalho de parto na sexta. Ele reuniu a família para receber o bebê, mas até o fim da tarde deste sábado somente os acadêmicos tinham examinado a mulher, que está na Pró-Matre.

“Desde que ontem ela está aí sentindo dor. Eles não falam nada, só fala que está dilatando 4 centímetros. Está fraco, devagar, o atendimento está ruim demais. Tentei entrar e não deixaram eu ver como ela está. A gente sai de Vista da Serra para cá, porque em Carapina está ruim. A gente fica sem saída”, disse Leonardo Chaves Costa.

Outro lado

A secretaria estadual de Saúde informou que as maternidades sob gestão do estado, Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves e Hospital Estadual Infantil e Maternidade de Vila Velha, estão funcionando normalmente.

A Pró-Matre informou que, na manhã deste sábado, a maternidade estava funcionando no limite de sua capacidade. Com isso, ainda durante a manhã, a equipe médica de plantão visitou todos os leitos, verificando o quadro clínico de cada paciente, para avaliar a evolução do quadro, fazer as prescrições e liberar as altas médicas.

"O processo demanda tempo, principalmente com a maternidade cheia, mas ele é necessário para que cada mãe vá para casa somente após avaliação completa do quadro. Com relação às mães que se evadiram da maternidade sem esperar pela liberação médica, a Pró-Matre lamenta o ocorrido e informa que é uma decisão prejudicial à própria paciente, uma vez que muitas mães precisam continuar fazendo exames ou retornando para acompanhamento em ambulatório, dependendo do caso", disse em nota.

Com relação às pacientes que tentaram internação na Pró-Matre e não conseguiram, a maternidade informou que depende da liberação de leitos, à medida em que as mães já internadas recebam alta médica.

E que nos últimos dias o volume de atendimentos aumentou, ocupando a totalidade de leitos da Pró-Matre e impossibilitando temporariamente a entrada de novas mães. Na noite deste sábado, o atendimento segue normalmente.

A Hucam foi procurada pela reportagem, mas ainda não atendeu a demanda.