POLÍTICA INTERNACIONAL

Guatemaltecos fazem "velório" para democracia horas antes da eleição.

País escolhe novo líder neste domingo após renúncia de Otto Pérez Molina.

Em 06/09/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A poucas horas das eleições gerais, centenas de guatemaltecos realizaram neste sábado (5) um velório simbólico pela democracia, à qual consideram morta.

"Rompamos o ciclo de nossa desgraça, estas eleições não são democracia", cantavam várias vezes os cidadãos, que pediam o fim do processo eleitoral deste domingo, quando 7,5 milhões de guatemaltecos foram chamados às urnas para escolher quase 4.000 cargos públicos.

Estudantes encapuzados, mulheres com véus e velas e até crianças cantaram o hino nacional, mas com uma letra especial, na qual asseguravam que a democracia morreu após os últimos escândalos de corrupção, que provocaram a renúncia e encarceramento do presidente Otto Pérez Molina.

A manifestação começou na Igreja El Calvário, passando pela Corte de Constitucionalidade, Congresso, Palácio Nacional da Cultura e Tribunal Supremo Eleitoral. Na marcha, os participantes transportaram um caixão no qual, simbolicamente, estava descansando a democracia da Guatemala.

Desde o dia 16 de abril, quando foram desarticulados os comandantes pequenos e médios do esquema de corrupção conhecido como "La Línea", o caso que levou Pérez Molina e sua ex-vice-presidente Roxana Baldetti à prisão, os cidadãos saem todos os sábados para as ruas a fim de exigir o fim da corrupção e da impunidade.

Renúncia
Otto Pérez Molina, renunciou na última quinta-feira (3) em meio a um escândalo de corrupção após a revelação de um esquema conhecido como La Línea (A Linha). A renúncia ocorreu depois de o Congresso guatemalteco ter retirado a imunidade do presidente, para que Pérez Molina pudesse ser julgado como um cidadão comum.

Na quarta-feira, a Justiça do país emitiu uma ordem de prisão contra o presidente. A vice-presidente, Roxana Baldetti, foi presa. Pérez Molina justificou a renúncia como sendo necessária "para que pudesse enfrentar pessoalmente as acusações de corrupção". Ele disse ainda que a decisão levava em conta o interesse do Estado".

Fonte: G1