SAÚDE

Hospital investe em treinamento para captação de órgãos.

Ao todo, foram 13 treinamentos. O último, realizado nessa quinta-feira (11), teve uma novidade.

Em 12/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A doação de órgãos é uma atitude de grande generosidade, pois pode devolver a vida a uma pessoa em fase terminal ou cronicamente incapacitada. Muitas famílias, porém, quando perdem um ente querido, podem não optar voluntariamente pela doação de órgãos de seu familiar por diversos motivos, e são nesses casos, especialmente, que ganha importância a atuação de profissionais e gestores da saúde.
 
No Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) tem trabalhado para garantir que as unidades de internação notifiquem cem por cento dos óbitos e que em todos os casos seja feita a verificação de possíveis doadores em entrevista com os familiares. Ao longo do primeiro semestre deste ano, o hospital capacitou todos os enfermeiros, além de assistentes sociais e psicólogos, para atuarem no processo de captação de órgãos
 
“O processo é complexo e desafiador para os profissionais porque envolve, além da legislação, a identificação de potenciais doadores, o diagnóstico de morte encefálica, a comunicação do óbito à família e a entrevista com os familiares para a possível doação de órgãos. Por mais que eles não trabalhem em todas as frentes, é necessário que conheçam todas as fases e estejam prontos para acionar a CIHDOTT”, explicou a enfermeira Rosemary Sabadini, coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Hospital Dr. Jayme.
 
Ao todo, foram 13 treinamentos. O último, realizado nessa quinta-feira (11), teve uma novidade. Além de médicos, participaram estudantes de medicina que cursam internato no hospital. Segundo o diretor técnico do Hospital Dr. Jayme, Eric Teixeira Gaigher, formar profissionais médicos sensíveis a essa causa é um dos firmes propósitos da direção do hospital. 
 
“A capacitação foi mais uma oportunidade para os estudantes conhecerem o processo de captação e doação de órgãos e se tornarem multiplicadores do conhecimento. Os alunos de medicina não têm, na grade curricular, nenhum contato com doação de órgãos, e eles estão dentro do maior hospital público do Espírito Santo. O Dr. Jayme, hoje, possui papel fundamental na captação e no transplante de órgãos e tecidos”, destacou Eric Gaigher.
 
A CIHDOTT do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves vem se empenhando para consolidar a instituição como a principal geradora de doadores de múltiplos órgãos no Estado. A coordenadora de CIHDOTT da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Espírito Santo (CNCDO-ES), Maria Aparecida Thomazini, lembra que em 2014 o Hospital Dr. Jayme foi a unidade hospitalar com maior número de doações no Espírito Santo.
 
“Isso não é uma competição, vale destacar. São números que mostram o potencial da unidade em prol da população capixaba. Por isso, em parceria com a CIHDOTT do hospital, estamos trabalhando a capacitação desses profissionais para que eles exerçam, dentro da ética e da legalidade, a função de captadores”, explicou Maria Aparecida Thomazini.
 
Para o segundo semestre de 2015, a CIHDOTT do Hospital Dr. Jayme prepara um módulo de simulação realística. Então, todas as técnicas aprendidas poderão ser colocadas em prática.
 
Órgãos como coração, rim, fígado e pâncreas só podem ser captados de doadores em morte encefálica, mediante autorização da família. Já a córnea pode ser captada tanto de doadores em morte encefálica ou até seis horas após o óbito por parada cardiorrespiratória. 
 
Legalmente, a doação em vida só é permitida entre parentes até o quarto grau (pais, irmãos, netos, avós, tios, sobrinhos e primos). Fora isso, é preciso uma autorização judicial para solicitar esse tipo de transplante. A medida é para evitar o comércio e o tráfico de órgãos. A doação em vida é aplicada apenas para órgãos duplos, como os rins. No caso de pulmão e fígado, é extraída apenas uma parte do órgão. A medula óssea também pode ser doada em vida.
 
Fonte: Secom/ES