MOTOR

Importadoras apostam em carros de R$ 50 mil para elevar vendas

Para este ano, a previsão é aumentar consideravelmente as vendas.

Em 11/01/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Após o fim do regime automotivo Inovar Auto, as importadoras de veículos começam a se movimentar para tentar recuperar o espaço perdido nos últimos anos, quando tinham cotas para vender veículos sem o "SuperIPI" de 30 pontos adicionais.

Kia, Jac, Lifan e Suzuki, maiores importadoras de veículos, desconsiderando as de carros de luxo, emplacaram juntas pouco mais de 20 mil unidades em 2017.

O volume é pouco maior do que um único modelo da Chevrolet, o Onix, carro mais vendido do país, obteve apenas em dezembro (17,5 mil emplacamentos).

Para este ano, a previsão é aumentar consideravelmente as vendas. E a principal aposta está em modelos que custam acima de R$ 50 mil.

Para tirar atraso

A Kia anunciou em outubro passado que iria lançar 4 novos carros no país neste ano. A movimentação tem como objetivo "tirar o atraso" dos últimos anos, em que a marca sobreviveu com poucos lançamentos e adiou as novidade para depois do fim do Inovar Auto.

Com a linha renovada - inclusive em segmentos inéditos para os sul-coreanos, a marca pretende mais do que dobrar suas vendas, passando das 8,4 mil unidades vendidas em 2017 para 20 mil veículos neste ano.

A principal aposta é em um segmento que tem concentrado lançamentos de peso, o dos hatches compactos. O representante da Kia será o Rio, que chegou a ser confirmado para o mercado brasileiro em 2016 e 2017.

Em 2018 a "promessa" finalmente vai ser cumprida, e o modelo, que custará cerca de R$ 60 mil, chegará do México, para concorrer com Volkswagen Polo e Fiat Argo. Mais do que isso, o hatch deve se tornar o Kia mais vendido do país a partir de 2019.

Além do Rio, a marca coreana irá complementar a linha, com a chegada do sedã de luxo Stinger, o retorno do compacto Picanto (em nova geração) e a ampliação de versões dos SUVs Sportage e Sorento.

Chinesas sem 'populares'

Quando chegaram ao Brasil, quase 10 anos atrás, as fabricantes chinesas apostavam em veículos populares. A movimentação agora é no sentido inverso, com novidades em segmentos mais caros - principalmente para SUVs.

A Jac, por exemplo, abandonou seus modelos de entrada - J2 e J3 - e vai promover uma renovação na linha de SUVs. A marca vai trazer o T5 reestilizado (que passará a se chamar T50), que atualmente parte de R$ 68 mil, e o "irmão" maior T70, que custará mais de R$ 100 mil e terá mais tecnologia que qualquer Jac já vendido por aqui até então.

A excessão na faixa de preço é o subcompacto "altinho" T20 – uma versão "aventureira" do J2. Ainda assim, ele será posicionado perto dos R$ 45 mil, acima dos populares 1.0, Renault Kwid e Fiat Mobi.

Mas a principal arma da Jac será uma nova versão do já existente T40. Ela trará um novo motor 1.6 e câmbio CVT – e será vendida por cerca de R$ 65 mil. Junto com a configuração manual, já oferecida no país, a marca espera que o crossover emplaque cerca de 6 mil unidades em 2018.

O valor é maior do que os 3,9 mil veículos que a Jac comercializou no Brasil em 2017 (considerando todos os modelos). A previsão para toda a linha é ficar perto de 8 mil unidades em 2018.

A Lifan seguirá na mesma linha. O "queridinho" da marca deve continuar sendo o recém-renovado X60, que parte de R$ 68 mil. Mas virão outros SUVs maiores e mais caros, como X70 e X80, ambos beirando os R$ 100 mil.

Bem mais modesta nas metas, a marca planeja sair das 3.282 unidades vendidas em 2017 para um patamar de 3,5 mil a 4 mil veículos neste ano.

Incertezas

A Chery, única chinesa que atua no segmento de entrada e tem fábrica no país, ainda tem mais indefinições do que certezas para 2018. Isso porque a Caoa – responsável por parte da linha Hyundai – assumiu metade da operação brasileira.

Ainda não há informações sobre um novo posicionamento da marca e o único lançamento da Chery confirmado para 2018 é o crossover Tiggo2, um concorrente direto para o Jac T40.

A Caoa Chery, nome da nova empresa, só confirmou que os modelos chineses poderão ser fabricados tanto na unidade de Jacareí (SP), como em Anápolis (GO), de onde saem os Hyundai. Atualmente, a unidade paulista produz os modelos QQ, o carro mais barato do país, e o Celer.

A japonesa Suzuki é a única importadora que não deve ter lançamentos relevantes em 2018. Seu modelo mais popular, o jipinho Jimny, é produzido em solo nacional, enquanto o Vitara é relativamente novo em nosso mercado.

De volta ao Brasil

O fim do Inovar Auto também motivou o retorno de uma outra fabricante asiática, a sul-coreana SSanYong. As vendas começam em março, e inicialmente, serão oferecidos 4 modelos.

A principal aposta é o SUV compacto Tivoli e sua variação de carroceria longa, chamada de XLV. Além deles, também chegam importados o SUV médio Korando e a picape Actyon Sports.

(Foto: Divulgação)