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Independência financeira pode mudar rumo da violência

Dependência financeira é gatilho para que mulheres vivam onde impera violência doméstica.

Em 27/12/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Acervo Pessoal/PMS

O projeto Encoraja Elas, da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (Seppom), Serra, que encaminha mulheres que foram vítimas de violência doméstica para cursos.

A dependência financeira é, muitas vezes, gatilho para que muitas mulheres vivam em um lar onde impera a violência doméstica. Para quebrar esse ciclo, uma das ações ofertadas pela Prefeitura da Serra é para ajudar a essas mulheres a terem autonomia financeira, para serem protagonistas da própria história.

Uma mulher que está nesse processo é Esmeralda Pimenta, de 40 anos, que viveu por 18 com um homem que praticava esse crime. Ela fez um curso profissionalizante e espera ser contratada para a função em 2022.

“Não entrei para estatística de mais uma mulher morta ou tentativa brutal de feminicídio. Hoje estou vivendo em paz e acreditando que uma nova e grande história Deus tem para mim e para os meus filhos” declara Esmeralda

A cidadã participa do projeto Encoraja Elas, da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (Seppom), que encaminha mulheres que foram vítimas de violência doméstica para cursos com possibilidade de contratação. O projeto tem a parceria com Findes, Sesi e Senai.

A capacitação, de 40 horas, foi realizada com 20 mulheres que fizeram curso de operadoras de ponte rolante. Elas estão passando por um processo de seleção para uma empresa de siderurgia da Serra.

História de Esmeralda

Vivi por 18 anos em um casamento conturbado. Dessa união tivemos três filhos.

Conheci a Seppom quando prestei serviço de limpeza e manutenção na secretaria, onde comecei a me identificar com as mulheres atendidas ali. Nesse momento, tomei consciência que o relacionamento não era tão saudável e normal como pensava. A violência era normalizada na minha casa.

Em 2018 veio a oportunidade de participar do projeto "Mulheres da Paz" e, com todas essas informações abri meus olhos para ver os tipos de violência existentes: verbal, psicológica, financeira, material, moral e física e que essa realidade estava afetando também meus filhos

Percebi que só eu poderia quebrar esse ciclo e que só assim teríamos paz novamente. O primeiro passo foi aceitar que sozinha não conseguiria.

Encontrei apoio em Deus, na Seppom e também no projeto do meu bairro. Tive direcionamento assertivo para uma mudança de mente e vida. Não entrei para a estatística de mais uma mulher morta. Hoje estou vivendo em paz, acreditando que uma nova e grande história Deus tem para nós.

Digo que somos resilientes diante de tudo que passamos, pois não é fácil. Mas posso ver também que todo esse processo tem me tornado uma mãe e uma cidadã melhor.

Escolhi ser uma pessoa em construção para ser autora da minha própria história, começando com uma autonomia financeira. Estou almejando um futuro promissor para mim e os meus filhos. Sou a resposta de vozes que gritaram por mim enquanto eu estava em silêncio.

Sobre expor o meu nome em uma matéria pública só posso dizer que meu nome é minha identidade e nenhum algoz tem o poder de tirá-lo de mim. Meu nome tem o dever de quebrar o ciclo de violência que pode se perpétua em outros lares.

Não devemos ficar refém do medo. Somos capazes de mudar a história de uma família.

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