ECONOMIA CAPIXABA

Intenção de Consumo das famílias de Vitória segue em baixa.

Índice recuou 3,5% em outubro no comparativo com setembro.

Em 29/10/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A dois meses do Natal, as famílias da capital capixaba estão cautelosas em consumir, de acordo com a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que registrou recuo de 3,5% em relação a setembro, marcando 55 pontos de um indicador que varia de 0 (insatisfação total) a 200 (satisfação total). Na comparação com outubro de 2015 a variação negativa chegou a 18,2%. O índice vem registrando retração desde junho.

“O aumento nos preços, que tem corroído a renda e afetado o poder de compra registrou, na Região Metropolitana de Vitória, queda em outubro após três altas consecutivas. Isso implicou numa inflação acumulada e influenciou diretamente em diminuição do poder de compra das famílias e na intenção de consumir nos próximos meses”, explica o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri.

A ICF para quem tem renda abaixo de dez salários mínimos permanece no nível de insatisfação com 45,5 pontos e queda de 7,8% para outubro em relação a setembro. Já a ICF com renda acima de dez salários mínimos registrou alta de 10,1% com um índice atingindo 117,3 pontos.  

Emprego

Sete dos oito componentes da ICF estão abaixo do patamar de satisfação. A exceção é o componente Emprego Atual que cresceu 0,6% no mês, marcando 100 pontos, o que significa  zona de indiferença do indicador. Ainda em relação ao emprego, apesar de estarem um pouco menos inseguros com o trabalho atual, quando avaliadas as perspectivas profissionais, o componente se encontra com 49,1 pontos. Isso significa dizer que o responsável pelo domicílio tem baixa expectativa de melhora profissional para os próximos seis meses.

Além da inflação, outro fator que explica os baixos resultados é a perda de empregos. “As variáveis do mercado de trabalho precisam se recuperar para que os reflexos no consumo comecem a ser observados com mais consistência”, acrescenta Sepulcri.

Consumo

Apesar de estar bem abaixo dos 100 pontos, a avaliação do Nível de Consumo Atual cresceu e registrou variação positiva de 11,7% na comparação com setembro, passando de 30,1 para 33,7 pontos. Já em relação a outubro de 2015, o recuo ainda é significativo, de 33,3%. Nesse contexto, diminuiu para 76,1% o percentual das famílias que declararam estar comprando menos que o mesmo período do ano passado.

Já as Perspectivas de Consumo para os próximos seis meses, apresentaram queda de 2,7% em relação a setembro, com o indicador passando de 41,5 para 40,4 pontos. Na comparação com outubro de 2015, o recuo é de 35%.

A análise do componente Renda Atual revela que cerca de 60% dos entrevistados avaliam que a renda atual da família hoje está pior que o ano passado. O subíndice está em 56,9 pontos.

Cerca de 50% avaliam que está mais difícil conseguir um empréstimo para comprar a prazo comparando com o mesmo período do ano passado. O acesso ao crédito para as compras a prazo, em especial, interfere mais na compra de itens com valores mais altos, como os bens duráveis (eletrodomésticos, TV, som, etc.) para casa, o que levou os entrevistados a afirmarem que, atualmente, é um mau momento para a compra dessas mercadorias. No cenário atual o consumidor está avaliando quando há realmente a necessidade da compra e optando por itens essenciais.

AsCom/Fecomércio ES