ECONOMIA CAPIXABA

Intenção de consumo das famílias (ICF) de Vitória segue baixa.

A pesquisa de ICF registrou, em dezembro, o menor número desde que foi iniciada.

Em 10/01/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Vitória, divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), registrou nova retração em dezembro. O índice vem tendo quedas desde junho e, em dezembro de 2016 o recuo foi de 3,6% em relação a novembro, registrando 51,3 pontos. Na comparação com o mês de dezembro de 2015 o recuo foi de 17,9%.

O ano de 2016 tem registrado as menores pontuações de toda a série histórica, iniciada em 2010, e atingiu o menor nível em dezembro. Para um índice que varia de 0 a 200 pontos, na qual 0 significa insatisfação total e 200 significa satisfação total em consumir, a intenção de consumo permanece muito baixa na capital, com 51,3 pontos.

Além disso, todos os componentes do índice se encontram no patamar de insatisfação, a exceção foi apenas o componente do ‘Emprego Atual’ (101,4 pontos). Os outros seis componentes do índice tiveram uma pontuação abaixo de 100 pontos, são eles: ‘Perspectiva Profissional’ (31,0 pontos), ‘Renda Atual’ (57,4 pontos), ‘Compra a Prazo - Acesso ao crédito’ (65,3 pontos), ‘Nível de Consumo Atual’ (33,8 pontos), ‘Perspectiva de Consumo’ (37,2 pontos) e ‘Momento para Duráveis’ (33,2 pontos).

Para o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, a intenção de consumo das famílias caiu novamente devido, principalmente, à piora na avaliação das perspectivas profissionais, o que influencia negativamente na confiança dos consumidores: “Apesar das famílias se mostrarem um pouco menos inseguras em relação ao emprego atual na pesquisa de dezembro, a falta de perspectiva de melhoria profissional afeta o índice negativamente, pois essa condição faz com que eles avaliem pior a renda e o consumo para os próximos meses”.

Consumo

Apesar de estar num patamar baixo, o componente ‘Nível de Consumo Atual’ vinha se recuperando nos últimos meses. Porém, em dezembro a pesquisa registrou um novo recuo, marcando 33,8 pontos. Em relação a dezembro de 2015 o recuo do componente é de 6,6%. Nesse contexto, 76,4% das famílias declararam estar comprando menos que no mesmo período do ano passado.

Já as ‘Perspectivas de Consumo’ para os próximos seis meses se mantiveram estáveis em 37,2 pontos. Na comparação com dezembro de 2015 o recuo é de 17,4%.

É possível relacionar esses resultados com as pontuações registradas para os componentes ‘Renda Atual’ e ‘Compras a prazo – Acesso ao crédito’. A análise do primeiro mostra que 85,8% dos entrevistados avaliam que a renda atual da família hoje está pior ou igual que no mesmo período do ano passado. O componente registrou uma queda de 3,9% em dezembro em comparação com o mês anterior e está abaixo dos 100 pontos, em 57,4 pontos, ou seja, no patamar de insatisfação.

Na avaliação do componente ‘Compras a prazo’, aumentou para 55% o percentual daqueles que avaliam que está mais difícil conseguir um empréstimo atualmente comparando com o mesmo período do ano passado. O acesso ao crédito para as compras a prazo interfere mais na aquisição de itens de maior valor, como os bens duráveis (eletrodomésticos, TV, som, automóvel etc.), o que levou os entrevistados a afirmarem que, atualmente, é um mau momento para a compra desses produtos.

Recuperação

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Cariacica, Eliomar Cesar Avancini, os consumidores precisam recuperar a confiança no governo para que haja uma melhora no cenário econômico atual: “Os investidores e consumidores se planejam a longo prazo e com a falta de perspectiva para o futuro da economia do país fica quase impossível a realização de novos investimentos”.

Quem tem uma opinião semelhante é o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Aracruz, Alcemir José de Bruym. Ele acrescenta ainda que com o novo pacote de medidas anunciadas pelo governo neste mês pode representar uma melhora na perspectiva do consumidor.

Fonte: Fecomércio-ES