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Irã dispara mísseis contra alvos americanos no Iraque

Até agora, o número de vítimas e a extensão dos danos não são conhecidos.

Em 08/01/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: O Impacto/Reprodução

Dez mísseis balísticos atingiram nesta terça-feira (7) duas bases aéreas dos Estados Unidos no Iraque. Um dos locais atingidos é a base áerea Al Asad, na província de Al Anbar, e a outra é uma instalação militar próxima de Irbil. A Guarda Revolucionária do Irã assumiu a responsabilidade pelo ataque, que aconteceu horas depois do funeral do general iraniano Qassem Soleimani. Segundo a Guarda Revolucionária do Irã, o ataque é uma resposta ao assassinato de Soleimani em um ataque dos EUA.

Até agora, o número de vítimas e a extensão dos danos não são conhecidos.

A Casa Branca retuitou uma mensagem da secretária de imprensa dos EUA, Stephanie Grisham, que diz que o governo norte-americano está ciente das notícias do ataque às instalações no Iraque. “O presidente [Donald Trump] foi informado e está monitorando a situação de perto e consultando sua equipe de segurança nacional.”

A Autoridade Federal de Aviação dos EUA emitiu restrições de emergência para o espaço aéreo do Golfo Pérsico, restringindo os voos comerciais na região, citando "potencial de erro de cálculo ou identificação incorreta".

O ministro do Exterior do Irã, Javad Zarif, disse no Twitter, em um post por volta das 23h30 desta terça, que Teerã concluiu sua retaliação pelo assassinato de Soleimani. "O Irã tomou e concluiu medidas proporcionais em legítima defesa, de acordo com o artigo 51 da Carta das Nações Unidas, a partir da qual foram lançados ataques covardes contra nossos cidadãos e altos funcionários", disse Zarif no tweet. "Não buscamos escalada ou guerra, mas nos defenderemos de qualquer agressão".

O presidente norte-americano Donald Trump publicou em sua conta pessoal no Twitter às 23h46 que tudo estava bem. "Mísseis lançados do Irã em duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação das vítimas e danos ocorridos agora. Por enquanto, tudo bem! Temos, de longe, as forças armadas mais poderosas e bem equipadas do mundo! Farei uma declaração amanhã de manhã." Havia a previsão de que o presidente dos EUA fizesse um pronunciamente na noite desta terça.

O ataque ocorreu dias após um ataque com drone feito pelos Estados Unidos no Iraque que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, uma das principais lideranças militares do Irã na semana passada. A morte de Soleimani causou forte reação no Irã e no Iraque. O presidente da República Islâmica do Irã, Hassan Rouhani, disse que a “resistência contra os excessos dos Estados Unidos vai continuar” e que “o Irã vai se vingar deste crime hediondo”. 

As cerimônias fúnebres de Qassem Soleimani reuniram milhares de pessoas no Iraque e no Irã, que saíram às ruas para se despedir de Soleimani e protestaram contra os EUA.

Nesse domingo, o presidente dos EUA Donald Trump prometeu "forte retaliação" caso o Irã contra-atacasse e, no sábado, disse que se o Irã cumprir a ameaça de vingar a morte do general Qassem Soleimani, a resposta militar será “rápida e forte”, contra 52 alvos iranianos. (Agência Brasil - * Com informações de agências internacionais)

Empresas redirecionam voos para evitar espaço aéreo no Oriente Médio

Algumas companhias aéreas comerciais redirecionaram os voos que cruzam o Oriente Médio, para evitar eventuais perigos em meio à crescente tensão entre os Estados Unidos (EUA) e o Irã.

A companhia australiana Qantas disse que está alterando as suas rotas de Londres para Perth, na Austrália, a fim de evitar o espaço aéreo do Irã e do Iraque até novo aviso.

A rota mais longa significa que a Qantas terá de transportar menos passageiros e usar mais combustível para permanecer no ar por mais 40 a 50 minutos.

As companhias aéreas Emirates e Flydubai, dos Emirados Árabes Unidos, cancelaram os voos para Bagdá, depois dos ataques do Irã contra duas bases em território iraquiano, que abrigam militares norte-americanos.

Fonte da Flightradar, que monitora o tráfego aéreo, disse que dois voos da Emirates fizeram rota diferente para evitar a passagem pelo Iraque, enquanto um voo da Air Canada para Dubai redirecionou o trajeto pelo Egito e a Arábia Saudita

A companhia aérea Malaysia Airlines confirmou que "devido aos recentes acontecimentos", os seus aviões evitariam o espaço aéreo iraniano.

A Singapore Airlines também disse que os seus voos para a Europa seriam redirecionados para evitar o espaço aéreo do Irã.

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA informou que está proibindo pilotos e transportadoras americanas de voar em algumas áreas do Iraque, Irã e em espaço aéreo do Golfo Pérsico.

Alertou para o "potencial de erro de cálculo ou de identificação" de aeronaves civis em meio à escalada da tensão entre os EUA e o Irã.

Essas restrições costumam ser preventivas, com o objetivo de impedir que aeronaves civis sejam confundidas com as que estão envolvidas em conflitos armados.

A FAA disse ainda que as restrições são estabelecidas devido a "atividades militares mais ativas e ao aumento das tensões políticas no Médio Oriente, que apresentam risco para as operações de aviação civil dos EUA``.

As restrições de voo surgem na sequência dos ataques iranianos com mísseis balísticos, nessa terça-feira (7), a duas bases iraquianas (em Ain al-Assad e Arbil) que abrigavam tropas norte-americanas.

A ação foi assumida pelos Guardas da Revolução iranianos como uma "operação de vingança" da morte do general Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds. Ele morreu na sexta-feira (3), em um ataque aéreo norte-americano em Bagdá, capital do Iraque. (AgBra- RTP* *Emissora pública de televisão de Portugal)