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Jornal elege Sesc Pompeia como 6º melhor prédio de concreto do mundo.

Projeto de Lina Bo Bardi foi construído em área de antiga fábrica de tambor.

Em 04/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O jornal britânico "The Guardian" colocou o complexo de prédios do Sesc Pompeia, na Zona Oeste de São Paulo, em sexto lugar na lista das 10 melhores construções e estruturas em concreto do mundo. O conjunto arquitetônico foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi na década de 1970 no terreno de uma antiga fábrica de tambores e tornou-se patrimônio cultural protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2015.

O Sesc Pompeia está na frente do Pavilhão Nacional Português, em Lisboa (7º lugar), da biblioteca da escola técnica Eberswalde, na Alemanha (8º lugar), da igreja St John’s Abbey, em Collegeville, Minnesota (9º lugar), e o interior de uma casa no topo de uma falésia, em Coliumo, no Chile (10º lugar).

A lista do The Guardian coloca em primeiro lugar o Panteon, em Roma, seguido da Unité d'Habitation de Marseille, de Le Corbusier (2º lugar), do restaurante Los Manantiales, na Cidade do Méxicox (3º lugar), além do prédio do Bank of London and South America, em Buenos Airesx (4º lugar), da igreja Saint-Jean-de-Montmartre, em Parisx (5º lugar). A publicação original e a descrição de cada construção podem ser lidas aqui.

Em artigo publicado no mês passado, o crítico de arquitetura do jornal Rowan Moore descreve em detalhes o projeto de Bo Bardi. "Uma piscina, quadras internas de futebol e outros espaços de esporte são empilhados na torre mais larga de um grupo de três; vestiários estão em outra [torre], ligadas por pontes dinâmicas, que transformam o movimento normalmente monótono em um teatro urbano. A terceira torre, cilíndrica, armazena água".

Moore também elogia a destreza e a sensibilidade de Lina Bo Bardi na criação do projeto. "Sabendo que uma mudança de direcionamento político poderia acabar com projetos com consciência social como este, Bo Bardi o fez como uma fortaleza: uma cidadela da liberdade, como foi chamado. As aberturas das janelas, que parecem ter sido feitas por um homem das cavernas, são incríveis", completou o crítico.

Patrimônio nacional e projeto inovador
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural aprovou por unanimidade o pedido da inclusão na relação de bens protegidos, feito quando o Sesc Pompeia completou 30 anos de atividades em março do ano passado.

A obra começou em 1986 e durou nove anos. No período, Lina Bo Bardi instalou seu escritório no canteiro e tanto ela quanto os engenheiros responsáveis atuaram bem próximos dos operários. A primeira parte começou em 1977 e consistiu em adaptar os galpões de tijolos para o uso da população.

O centro de lazer, que inclui oficinas de artesanato, biblioteca, salão de convivência, entre outros, ficou pronto primeiro, em 1986. Meses depois vieram os blocos esportivos: dois prédios ligados por passarelas que concentram as atividades físicas, como quadras, piscina e salão de ginástica.

O complexo é, desde 2009, tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Em 2015, foi integrado ao patrimônio cultural nacional por seus valores técnicos e estéticos e também por ser considerado um marco da arquitetura do Brasil.

Segundo o Iphan, o Sesc Pompeia “se tornou uma referência arquitetônica nacional e internacional e um dos mais importantes centros de convivência e de cultura da cidade de São Paulo”.

Fonte: G1