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José Serra recebeu R$ 23 milhões da Odebrecht, diz jornal.

Foi o que disseram executivos a investigadores da Operação Lava Jato.

Em 08/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A campanha do atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, à  Presidência da República em 2010 recebeu R$ 23 milhões de caixa 2 da  Odebrecht, conforme disseram executivos a investigadores da Operação  Lava Jato. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo  a edição de domingo, 8, a revelação foi feita na semana passada a  procuradores da força-tarefa e da Procuradoria-Geral da República (PGR)  por funcionários da Odebrecht que tentam acordo de delação premiada. É a  primeira vez que Serra é citado em supostos esquemas de corrupção por  possíveis colaboradores da operação que investiga desvios na Petrobas.

Os  executivos afirmaram que parte do dinheiro foi paga no Brasil e parte  foi entregue por meio de depósitos em contas no exterior, segundo o  jornal. Apesar das informações concedidas aos procuradores, o acordo de  delação premiada ainda não foi assinado. Para comprovar que houve  pagamento por meio de caixa 2, a Odebrecht disse que apresentará  extratos bancários de depósitos realizados no exterior que tinham como  destinatária a campanha presidencial de Serra.

Informações  do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Informações  do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a empreiteira doou  naquele ano R$ 2,4 milhões ao Comitê Financeiro Nacional para Presidente  da República de Serra. Assim, a campanha do tucano teria recebido da  empreiteira R$ 25,4 milhões - sendo R$ 23 milhões por meio de caixa 2 ou  R$ 34,5 milhões em valores atualizados pela inflação.

Os  envolvidos nas negociações de delação consideram o tema um dos  principais anexos da pré-delação da empreiteira. Em conversas futuras,  de acordo com o jornal, os executivos devem revelar que o atual  chanceler era tratado pelos apelidos de "Careca" e "Vizinho", em  documentos da empresa.

Segundo o jornal, funcionários da  Odebrecht ainda vão relatar propinas pagas a intermediários de Serra no  período em que foi governador de São Paulo (2007-2010), vinculadas à  construção do Trecho Sul do Rodoanel. A construção desse ramal foi  iniciada no primeiro ano da gestão do tucano e foi orçada em R$ 3,6  bilhões.

Dentro da lei

Por meio de  nota de sua assessoria de imprensa, Serra afirmou que conduziu sua  campanha à Presidência, em 2010, dentro da legislação em vigor. "A  campanha foi conduzida na forma da lei e, no que diz respeito às  finanças, era de responsabilidade do partido."

Quanto à  afirmação de que funcionários da Odebrecht relatarão pagamento de  propina na construção do Rodoanel, o atual ministro afirmou que  considera a acusação "absurda". "Considero absurda a acusação sobre o  Trecho Sul do Rodoanel, até porque a empresa em questão já participava  da obra quando assumi o governo." O PSDB não comentou o caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.