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Juiz proíbe discotecas e festas em Buenos Aires.

Decisão é tomada após morte de cinco jovens em festa de música eletrônica.

Em 30/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Um juiz da cidade de Buenos Aires decidiu nesta quinta-feira (28) proibir toda atividade de discotecas e festa com música com fim comercial na cidade. A decisão foi motivada por um recurso de amparo apresentado por uma associação civil e por duas federações, a de reciclagem e a universitária, contra o governo da cidade duas semanas depois da morte de cinco jovens em uma festa de música eletrônica, supostamente após o consumo de drogas.

As entidades argumentam que as festas propiciam um contexto perigoso ao consumo de substâncias psicotrópicas. Segundo o juiz há um “quadro de impunidade e inexistência de controle estatal a respeito da atividade noturna”.

A medida vale para qualquer atividade comercial que tenha música, ao vivo ou gravada, e de qualquer estilo. As únicas exceções são os clubes de tango tradicionais e os centros culturais, segundo informa a Reuters.

Fiscalização
"A ideia não é proibir toda a atividade que não tem a ver com a música eletrônica, mas nós não temos a capacidade operacional para discriminar quais são de música eletrônica e quais não são", disse à Reuters uma fonte envolvida no caso.

De acordo com a medida, o governo da cidade deve cumprir com uma série de requisitos, como estabelecer um protocolo de atuação de inspetores e policiais para fiscalizar as festas e informar detalhes da inspeção.

A medida vale até que o governo cumpra com essas exigências, segundo informam os jornais locais. Os estabelecimentos que não obedecerem à ordem judicial e funcionarem normalmente deverão ser fechados.

'Verdadeiro disparate', diz prefeito
A decisão foi criticada pelos empresários do setor, segundo o jornal “El Clarín”, que dizem que vão apelar.

O prefeito da cidade, Horacio Rodríguez Larreta, disse que a medida é um "verdadeiro disparate" e que o governo enviou um pedido de levantamento da decisão "hoje mesmo".

"Nós respeitamos as decisões da Justiça, mas neste caso não estamos em nada de acordo com as ações do juiz. Há milhares de pessoas que se divertem sanamente todas as noites e nós vamos defendê-las", afirmou o prefeito, de acordo com o jornal "La Nación".

Uma onda de discussões teve início na Argentina nas últimas semanas depois que os cinco jovens morreram durante a edição local do festival Time Warp, o que lançou luz sobre um esquema de venda de entorpecentes e sobre a ausência de controles no cenário da música eletrônica.

Fonte: Reuters