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Justiça leiloa carros blindados de ex-secretário de Cabral

Mais de R$ 260 mil foram arrecadados com os 2 veículos de Hudson Braga.

Em 17/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Justiça Federal no Rio realizou na tarde desta quinta-feira (17) o leilão de dois automóveis do ex-secretário de obras de Sergio Cabral (PMDB), Hudson Braga, e outros dois de seu operador Wagner Jordão Garcia. Eles foram presos na Operação Calicute, no ano passado, junto com o ex-governador.

Dos quatro veículos, dois foram vendidos pelo preço de avaliação. Um dos carros de Braga, um Pajero blindado de cor prata 2014/2015, recebeu oferta de R$ 159 mil. Outro, um Toyota Corolla também blindado, avaliado em R$ 104 mil, recebeu uma oferta e será parcelado em até 12 vezes.

Os mais de R$ 250 mil arrecadados ficam depositados numa conta judicial à espera da condenação ou absolvição definitiva dos réus. O leilão foi autorizado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7a Vara Federal Criminal.

Os outros dois veículos, de Wagner Garcia, não receberam ofertas: um Volvo prata de R$123 mil e um Audi Q3 2015 de R$ 120 mil. Nesta primeira sessão, o bem não pode ser vendido abaixo do valor estipulado. No dia 28, um novo leilão será realizado. Neste, são permitidas ofertas com desconto de 20%.

Hudson é acusado de ser o braço direito de Cabral e ajudar na movimentação de recursos ilícitos, com a ajuda de Wagner. As investigações apontam que ele também seria dono de uma lancha e de um helicóptero.

Ele negociaria vantagens indevidas com empreiteiras que realizaram obras no RJ. As propinas seriam repassadas ao grupo do ex-governador e até 5% do valor total de cada uma das grandes obras foram desviados.

Para o MPF, ainda não é possível calcular o montante acumulado por Braga. Em Volta Redonda, onde foi secretário de administração, teria um posto de gasolina com lucro aproximado de R$ 1 milhão.

Ele também tem outros imóveis, como um apartamento de luxo no bairro Jardim Amália 1 e ainda é sócio em empreendimentos imobiliários, um deles ainda em construção. O edifício comercial fica no bairro Aterrado. Hudson teria também uma empresa que funcionava em duas salas em um prédio comercial.

As acusações contra Hudson

De acordo com o jornal "Extra", era homem de confiança do atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Ele foi um dos coordenadores da campanha de Pezão ao governo, em 2014.

Segundo o "Extra", ele é réu na Justiça Federal por improbidade administrativa, acusado de cometer irregularidades na contratação de empresas, após a tragédia que matou mais de 900 pessoas na Região Serrana e outras centenas de desaparecidos, em 2011.

Também é alvo de prisão preventiva por supostamente ter atuado como um dos principais operadores do esquema. Teria utilizado empresas para lavar dinheiro desviado e atuado ativamente no esquema.

As acusações contra Wagner

Foi assessor de Sérgio Cabral e é apontado como um dos operadores financeiros do esquema. De acordo com o MPF, cobrava das empreiteiras uma taxa, apelidada de "taxa de oxigênio", que era a propina cobrada das empresas para realizarem obras na esfera da Secretaria de Obras do Rio de Janeiro. Teria utilizado empresas para ocultar e lavar dinheiro desviado.

(Foto: Reprodução)