TEMAS GERAIS

Justiça determina que garis em greve mantenham 70% da coleta de lixo.

A greve dos garis que atuam em empresas terceirizadas no estado começou nesta quinta-feira (9).

Em 11/04/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES) considerou ilegal a greve dos garis no Espírito Santo, na tarde desta sexta-feira (10). Dessa forma, foi determinado que os trabalhadores cumpram 70% da coleta de lixo de residências e comércios, e 70% dos serviços relacionados à limpeza urbana. Determinou ainda que 100% da coleta do lixo hospitalar seja feita. O Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza (Sindilimpe) disse que recebeu a notificação.

A greve dos garis que atuam em empresas terceirizadas no estado começou nesta quinta-feira (9). Segundo o sindicato, 85% da categoria aderiu à paralisação dos serviços, totalizando cerca de 4 mil trabalhadores. Eles reivindicam reajuste salarial.

Segundo a decisão judicial, a greve ocorreu em pleno curso das negociações para definição das condições de trabalho do período de 2015 a 2016, sem qualquer aviso ou respeito aos requisitos estabelecidos na lei.

Em caso de eventual descumprimento das medidas, o Sindilimpe está sujeito a multa de R$ 20 mil por dia. O sindicato informou que já recebeu a notificação da Justiça que vai fará reuniões com a categoria, para orientar o cumprimento, mas ressaltou que a decisão final é dos trabalhadores.

A Prefeitura de Vila Velha informou que, com a decisão da Justiça, fica garantida a limpeza da cidade durante Festa da Penha, mas pediu a colaboração das pessoas para que coloquem o lixo em sacolas plásticas e depositem nas lixeiras e conteineres.

Protesto
Os trabalhadores realizaram um protesto na tarde desta sexta-feira, no Centro de Vitória. Segundo a Central de Videomonitoramento da capital, os manifestantes, acompanhados de um caminhão de som, saíram do Tancredão, passaram pela Praça Oito e Avenida Princesa Isabel, foram em direção à Praça Costa Pereira e seguiram pela Rua Sete de Setembro até o Palácio da Fonte Grande.

De acordo com a entidade patronal, o Sindicato Estadual das Empresas de Limpeza Urbana do Espírito Santo (Selures), a greve é ilegal e não foi comunicada oficialmente. As empresas entraram na Justiça para suspender a greve. As prefeituras da Grande Vitória informaram, por nota, que aguardam o desfecho da negociação e a decisão da Justiça para o restabelecimento do serviço.

O governo do estado, por meio de representantes da Casa Militar, informou que recebeu uma comissão da categoria que queria protocolar um documento ao governador, solicitando sensibilização para sua causa. O ofício foi recebido e será encaminhado.

Sinais da paralisação
No segundo dia de paralisação, algumas ruas da Grande Vitória já acumulam lixo. No bairro da Glória, em Vila Velha, além do lixo convencional, ainda havia os resíduos deixados por uma feira realizada no local. "É muito ruim, mau odor, mosquito, ontem até urubu tinha posado qui na rua. A feira foi ontem, eles não limparam e está essa sujeira. e não sei até quando vai ficar", disse a manicure Kátia Tavares.

A farmacêutica Viviane Breda trabalha nas redondezas e falou sobre como é conviver com esse incômodo. "Eu trabalho na área de saúde, numa farmácia. Então pra gente que trabalha na área de saúde trabalhar na frente de um lixo que está fedendo trazendo esse odor pra dentro de uma farmácia não é muito agradável, é constrangedor para a população", disse.

Greve
Os garis que atuam em empresas terceirizadas no Espírito Santo entraram em greve na manhã desta quinta-feira (9), segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza Pública do Espírito Santo (Sindilimpe-ES). O Sindicato Estadual das Empresas de Limpeza Urbana do Espirito Santo (Selures) disse ao G1 que ficou surpreso com a paralisação.

A categoria já havia sinalizado para a possível paralisação na última quarta-feira (7), quando aconteceu uma assembleia, na Praça Getúlio Vargas, no Centro de Vitória. Na ocasião, os trabalhadores rejeitaram a proposta de reajuste de 5,26% de aumento nos salários e no auxílio alimentação oferecida pelos empresários.

Em reunião no dia 1º de abril, realizada na Superintendência Regional do Trabalho, o Sindilimpe-ES e as 25 empresas que atuam no setor no estado não entraram em acordo. Segundo o presidente do Sindicato, Ailton Dias, os trabalhadores cederam no seu pedido inicial, reduzindo o percentual de aumento nos salários de 12% para 8%, e o valor do auxílio-alimentação de R$ 500 para R$ 460, mas os empresários não quiseram negociar.

O presidente do Sindilimpe-ES acrescentou que a categoria também está impactada e prejudicada pelas demissões em massa que estão ocorrendo, como é o caso em Vila Velha. “Essa situação aumenta o trabalho para os garis que precisam dar conta de mais serviço com menos trabalhadores. O sindicato já cedeu ao pedido inicial, mas é preciso que o outro lado também negocie para que se chegue a um consenso e seja assinado um acordo coletivo”, disse o presidente do sindicato, Ailton Dias.

G!es-Com colaboração de Roger Santana