POLÍTICA INTERNACIONAL

Líderes mundiais cumprimentam Merkel pela vitória nas eleições

O mínimo necessário de 5% dos votos, neste domingo conquistou 12,6%.

Em 25/09/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Líderes de vários países parabenizaram a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que foi reeleita para um quarto mandato nas eleições gerais da Alemanha, no domingo (24).

De acordo com dados do Escritório Eleitoral Federal, a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e a União Social-Cristã da Baviera (CSU) ficaram com 33% dos votos – queda de 8,5 pontos em relação às eleições ocorridas há quatro anos.

Já o Partido Social Democrata (SPD), liderado por Martin Schulz, caiu para 20,5%, mais de cinco pontos abaixo das eleições gerais anteriores e o pior resultado da história da legenda.

A ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), que nas eleições de 2013 ficou fora do Bundestag (equivalente à Câmara dos Deputados) ao não conseguir, por alguns décimos, o mínimo necessário de 5% dos votos, neste domingo conquistou 12,6%.

União Europeia

O presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, parabenizou a chanceler ao falar em uma Alemanha forte: "A UE precisa, agora mais do que nunca, de um governo alemão forte", disse Juncker em carta enviada a Merkel.

Em entrevista coletiva diária, o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, disse que Juncker conversou com a chanceler e a parabenizou por sua "vitória histórica pela quarta vez consecutiva".

O novo governo alemão deve ser "capaz de dar forma ativamente ao futuro do nosso continente", acrescentou o presidente da CE.

Juncker expressou também confiança de que as negociações para a formação de um governo de coalizão "contribuirão para isso".

Perguntado sobre a ascensão da extrema-direita, o porta-voz disse que "a Comunidade Europeia tem fé na democracia".

Schinas lembrou que Juncker se pronunciou em várias ocasiões sobre "a necessidade de evitar a autocomplacência" e "distinguir entre aqueles que questionam nossas políticas dos que simplesmente querem destruir a UE".

O presidente do grupo dos Socialistas e Democratas na Eurocâmara, Gianni Pittella, também se pronunciou sobre os resultados das eleições e agradeceu a Schulz pela "paixão" mostrada durante a campanha, que "infelizmente não foi suficiente".

Disse que agora começa uma "fase de renovação" no partido socialista alemão, que estará na oposição nesta legislatura, algo "em linha com o que decidimos fazer aqui no Parlamento Europeu".

França

Já o presidente da França, Emmanuel Macron, telefonou ontem para Merkel e disse que ambos vão continuar cooperando "com determinação" para a Europa e para os seus respectivos países. Em mensagem na sua conta do Twitter, Macron disse: "Continuamos com determinação a nossa cooperação essencial para a Europa e para os nossos países".

O porta-voz do governo francês, Christophe Castaner, reconheceu que a vitória do partido da chanceler é, na realidade, uma vitória "amarga" devido à ascensão de "uma extrema direita muito radical", em alusão ao partido Alternativo para a Alemanha (AfD), que conseguiu mais de 13% dos votos.

Em entrevista à imprensa Castaner destacou que neste contexto, "a relação franco-alemã é essencial" porque constitui "o motor que vai permitir mudar as coisas na Europa".

Amanhã em Paris, Macron deve informar sobre novas propostas para relançar a construção europeia através de "um mapa para transformar em profundidade o continente", disse Castaner.

"Se se quer lutar contra o nacionalismo, contra o populismo em cada país, é preciso uma Europa potente, uma Europa que proteja, uma Europa que liberte", disse o porta-voz.

Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, saudou Angela Merkel em sua conta no Facebook e no Twitter. "Felicidades a Angela Merkel, uma verdadeira amiga de Israel, por sua reeleição como chanceler da Alemanha", escreveu o premiê que usa frequentemente as redes sociais para enviar mensagens políticas.

Consultado pela Agência EFE, o Ministério das Relações Exteriores israelense não se pronunciou sobre a ascensão da extrema-direita e sua chegada ao Parlamento, e disse apenas que "por enquanto não há reação" oficial.