ECONOMIA INTERNACIONAL

Maduro anuncia aumento do salário mínimo na véspera de greve geral.

Greve geral de 12 horas foi convocada pela oposição.

Em 27/10/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O presidente da Venezuela Nicolás Maduro anunciou nesta quinta-feira (27) o aumento de 40% do salário mínimo no país. O anúncio é feito na véspera de uma greve geral convocada pela oposição para esta sexta-feira  para pressionar para a retomada do processo de convocação de um referendo que pode tirar o presidente do poder.

"Decreto e vou assinar os 40% de aumento integral do salário mínimo legal dos trabalhadores", disse Maduro em um ato público de entrega de moradias.

A Venezuela vive um momento de alta tensão política após a suspensão, pelo poder eleitoral, do processo liderado pela opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) para submeter Maduro a um referendo revogatório de seu mandato, que termina em 2019.

A partir da decisão do poder eleitoral, o Parlamento, que tem maioria opositora, aprovou no domingo uma resolução que considera o freio ao referendo o auge de um "golpe de Estado" do governo. Na sessão, que foi interrompida por manifestantes pró-governo, os parlamentares também anunciaram que formalizarão uma denúncia no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra os juízes regionais e os reitores do Conselho Nacional Eleitoral, classificados como os "responsáveis" pela suspensão do processo.Nesta terça, o Parlamento aprovou a abertura de um julgamento sobre a responsabilidade política do Nicolás Maduro, o que o presidente classificou como "golpe parlamentar". O Parlamento não tem o poder de promover um julgamento que leve à destituição do chefe de Estado, mas dependendo de seu veredito pode pedir esse tipo de julgamento aos organismos correspondentes.Dirigentes da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) anunciaram nesta quarta que o Parlamento declarará Maduro em "abandono do cargo", ao mesmo tempo em que convocou uma marcha até o palácio presidencial de Miraflores para o próximo 3 de novembro e uma greve geral para a sexta-feira (28).

A greve geral de 12 horas também foi convocada pela oposição por conta da suspensão do processo de referendo. Nesta quarta, dezenas de milhares de pessoas se mobilizaram em Caracas e outras cidades da Venezuela, em uma demonstração de força contra a decisão do poder eleitoral.

Diálogo
Maduro chegou à Venezuela nesta terça após uma viagem por países produtores de petróleo no Oriente Médio que teve por objetivo impulsionar um acordo para estabilizar os mercados de petróleo. Após a visita aos países do Oriente Médio, Maduro passou nesta segunda pelo Vaticano, onde foi recebido pelo Papa Francisco, que instou "ao diálogo sincero e construtivo" entre o governo de Maduro e a oposição.

“Eu trago a benção do mundo para a Venezuela”, afirmou ele numa cerimônia no aeroporto. “No mundo, eles admiram a nossa batalha pela verdade, dignidade e independência.”

Após a visita de Maduro ao Papa, foi anunciado na Venezuela que governo e oposição se reunirão no próximo final de semana para tentar encerrar o impasse político vivido pelo país.

Os dois lados vão se encontrar na ilha caribenha de Margarita no domingo, sob mediação do Vaticano, da Unasul e de três ex-chefes de Estado.

Fonte: g1-SP