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Mais de 350 pessoas se reúnem em marcha pela paz em Vitória (ES)

Moradores de Resistência caminharam pelas ruas do bairro em protesto.

Em 03/11/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Mais de 350 pessoas participaram da marcha pela paz no bairro Resistência, em Vitória, na tarde deste domingo (2), de acordo com a Guarda Municipal de Vitória. Os moradores do bairro caminharam pelas ruas em protesto à violência que antige a região. A manifestação é realizada todos os anos pela Igreja Batista Yaveh Shammah.

Os pedidos de paz foram amplificados após a morte de um adolescente, na manhã do sábado (1). Ele foi assassinado a tiros. O corpo estava sendo velado em uma igreja, antes da marcha começar.

O pastor Celso Luiz França, que conduziu o sepultamento do adolescente, estava no trio elétrico comandando a marcha com orações e pedidos de paz. Segundo ele, o evento foge do lugar comum das manifestações religiosas, porque se estende para a comunidade em geral. “Acabei de enterrar um jovem de 15 anos. A ideia da marcha é trazer um despertar para as pessoas, pois o espiritual não trabalha sem a cidadania. Sair da igreja e ir para a rua é a maneira de transmitir isso”, afirmou.

O atendente de seguradora Elizeu da Conceição Ribeiro, de 28 anos, morador do bairro, disse que há muito tempo não acontecia uma morte violenta em Resistência. “Ficamos espantados porque o bairro estava muito tranquilo”, contou.

João Batista, líder comunitário do bairro há dois anos, destacou que o homicídio do adolescente é o primeiro desde janeiro. Ele se mostrou preocupado com a juventude da região. Segundo ele, muitas crianças e adolescentes acabam atraídas pelo tráfico de drogas por causa da falta de áreas de educação e lazer no bairro.

Também moradora de Resistência, a funcionária pública Joana Nogueira, 49, vê diariamente jovens na rua vendendo e usando drogas. Por isso, a violência parece longe da solução. “Vejo criança de nove anos na rua vendendo drogas. Dá 23h, você só vê na rua quem está usando ou vendendo”, disse.

 

Segundo ela, além de uma atuação maior do poder público no sentido de criar alternativas para os jovens, é preciso que a família esteja mais atenta. “As famílias estão desestruturadas. Os governantes não podem ser babás dos filhos de ninguém”, pontuou.

Fonte: G1-Espírito Santo