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Marcha de protestos reúne mais de 1 milhão de pessoas no Chile

É a maior manifestação desde o fim da ditadura militar no país.

Em 26/10/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Pedro Ugarte/AFP

Cerca de um milhão de pessoas se reuniram na tarde de ontem (25) em Santiago, no Chile, na maior manifestação desde o início dos protestos no país e, segundo a imprensa chilena, desde o fim da ditadura (1973-1990).

Os protestos ocorreram, na maior parte do tempo, de maneira pacífica. Imagens mostram os manifestantes vestidos de vermelho, uma das cores nacionais do Chile, e empunhando bandeiras do país. A manifestação tomou as principais ruas do centro de Santiago – que, inclusive, está sob toque de recolher a partir das 23h (horário local).

A prefeita da região metropolitana de Santiago, Karla Rubilar Barahona, publicou no Twitter um vídeo que dá uma dimensão do protesto e uma mensagem de apoio aos manifestantes. "A região metropolitana é protagonista de uma marcha pacífica com cerca de 1 milhões de pessoas que representam o sonho de um Chile novo, de forma transversal sem distinção", escreveu.

Apesar de os relatos locais informarem que os atos seguem pacíficos, houve alguns focos de tumulto em partes de Santiago. Alguns manifestantes encapuzados fizeram barricadas e atearam fogo em um dos acessos ao metrô. Forças de segurança responderam com jatos de água e bombas de gás.

Piñera elogia protesto

Após críticas à violência nas manifestações ao longo da semana, o presidente Sebástian Piñera – alvo principal dos manifestantes – foi às redes sociais na noite desta sexta-feira para elogiar o ato que reuniu cerca de um milhão.

"A marcha multitudinária, alegre e pacífica de hoje, nas quais os chilenos pedem um chile mais justo e solidário, abre grandes caminhos de futuro e esperança", escreveu Piñera no Twitter.

"Todos escutamos a mensagem. Todos temos mudado. Com união e ajuda de Deus, percorreremos o caminho a esse Chile melhor para todos", completa a mensagem.

Protestos no Chile

O Chile vive, há cerca de uma semana, uma onda de protestos por todo o país que começou com atos contra o aumento no preço da passagem do metrô. O reajuste foi suspenso, mas os manifestantes continuaram nas ruas.

Por causa de confrontos entre manifestantes e forças de segurança, o presidente Piñera, decretou estado de emergência e, a partir de então, as principais cidades chilenas passaram a ter toques de recolher.

Piñera ainda anunciou um pacote de medidas que incluía aumento nas aposentadorias e reforma política. Mesmo assim, os protestos continuaram por todo o país – e, em alguns casos, os manifestantes pedem a saída do presidente.

Ao menos 19 pessoas morreram desde semana passada devido a incêndios em estabelecimentos, atropelamentos e confrontos com forças de segurança.

Congresso esvaziado e greve de motoristas

No início da tarde desta sexta, a sede do Congresso do Chile, que fica na cidade de Valparaíso, foi esvaziado devido a tumulto do lado de fora do prédio. Ao menos dois policiais se feriram.

Além disso, caminhoneiros e motoristas de transporte público entraram em greve no país. Centenas de caminhões paralisaram as rodovias chilenas – e pessoas em carros ou motos de passeio também participaram das manifestações. - G1